Primeiro-ministro Modi diz que Índia está abalada por 'tempestade' de Covid; EUA preparam ajuda

NOVA DELHI (Reuters) - O primeiro-ministro da Índia Narendra Modi pediu a todos os cidadãos indianos que sejam vacinados e que tomem cuidado, dizendo que a "tempestade" de infecções abalou o país, depois de estabelecido um novo recorde global de maior número de contágios por Covid-19 em um só dia.
Os Estados Unidos disseram estar profundamente preocupados com o grande aumento de casos de coronavírus na Índia e que enviarão ajuda rapidamente.
Foram registrados 349.691 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, o quarto dia consecutivo de pico recorde. Hospitais em Nova Delhi e em todo o país estão recusando pacientes após ficarem sem oxigênio e leitos.
"Estávamos confiantes, nosso ânimo melhorou depois de enfrentar com sucesso a primeira onda, mas esta tempestade abalou a nação", disse Modi em um discurso transmitido via rádio.
Seu governo enfrentou críticas por ter baixado a guarda no início deste ano, permitindo que grandes reuniões religiosas e políticas ocorressem quando os casos da Índia caíam para menos de 10.000 ao dia, e não planejou fortalecer os sistemas de saúde.
Hospitais e médicos divulgaram avisos urgentes dizendo que não estão sendo capazes de lidar com o fluxo crescente de pacientes.
Do lado de fora de um templo sikh na cidade de Ghaziabad, nos arredores de Delhi, a rua parecia uma ala de emergência de um hospital, mas cheia de carros transportando pacientes de Covid-19 ofegantes enquanto eram ligados a tanques portáteis de oxigênio.
Índia tem novo recorde de casos de covid e vê pandemia sair do controle (Poder360)
A Índia bateu, nesse sábado (24.abr.2021), o recorde de novos casos de covid-19 pelo 4º dia consecutivo. Foram 349.313 novas infecções registradas em 24 horas –valor que corresponde a 42% do total de 830.288 registrados em todo o mundo.
O primeiro-ministro do país, Narendra Modi, pediu neste domingo (25.abr) que todos os cidadãos se vacinem e tenham cautela com a “tempestade” de infecções abalou o país.
“Estávamos confiantes, nosso ânimo melhorou depois de enfrentar com sucesso a 1ª onda, mas esta tempestade abalou a nação”, disse em um discurso transmitidos em estações de rádios do país.
A Índia, de 1,4 bilhão de habitantes, acumula 16.960.172 casos da doença e está apenas atrás dos Estados Unidos, que soma 32.789.653, de acordo com o medidor Worldometer.
Em número total de mortes, a Índia cai para a 4ª posição –atrás de Estados Unidos, Brasil e México. O país soma 192.311 mortes por covid-19, 2,761 nas últimas 24 horas.
Mas a pandemia se acelerou no país. Só no último mês, o número de casos diários aumentou 8 vezes e o de mortes, 10 vezes.

Número de casos diários na ÍndiaWorldometer

Número de mortes diárias na ÍndiaWorldometer
Essa aceleração preocupa as autoridades. Hospitais estão lotados, os suprimentos de oxigênio estão diminuindo e já há registros de pessoas que morrem na fila à espera por atendimento.
Antony Blinken, secretário de Estados dos EUA, afirmou que o governo norte-americano está estudando formas de ajudar à India.
“Nossos corações estão com o povo indiano em meio ao terrível surto de covid-19. Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros no governo indiano e implantaremos rapidamente apoio adicional ao povo da Índia e aos heróis da saúde da Índia”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Especialistas ouvidos pelo New York Times disseram que o número de mortos representa apenas uma fração do alcance real da propagação do vírus. O intenso movimento em locais de cremação demonstraria que as mortes reais excedem em muito os números oficiais. Segundo a reportagem, administradores públicos e de hospitais poderiam estar negligenciando os registros de morte ou diminuindo os números.
CENÁRIO
Em entrevista à DW, o cientista Gautam Menon, professor da Universidade de Ashoka, disse que o cenário atual foi causado por uma combinação de fatores.
“A negligência por parte dos cidadãos e das autoridades fez todos baixarem a guarda”, afirmou.
As autoridades indianas flexibilizaram as medidas de restrição em março, argumentando que o país vivia a “fase final” da pandemia.
Segundo Menon, “os governos estaduais devem agir adequadamente e adaptar suas medidas à evolução da situação”. O ministro-chefe da capital Nova Delhi, Arvind Kejriwal, afirmou que a cidade vai continuar sob lockdown até 3 de maio.
Menon citou o surgimento de uma nova variante do Sars-CoV-2, coronavírus responsável pela covid-19, como um dos fatores que agravaram a situação do país.
“Em fevereiro, soubemos da nova variante que circula na Índia, a partir de relatos vindos de Maharashtra. Agora ela se espalhou por muitos Estados e países. Se tivéssemos agido com mais precisão quando foi detectada pela primeira vez, poderíamos ter sido capazes de diminuir o impacto”, disse.
Segundo ele, a variante indiana, chamada de B.1.617, é mais perigosa e letal por conter “duas mutações críticas que poderiam levar a uma maior capacidade do vírus de se ligar a células humanas. Isso a torna mais eficiente”.
O cientista afirmou que a variante tem se mostrado capaz de escapar do sistema imunológico humano e dos anticorpos criados por uma infecção anterior ou pela vacinação.
“Mas a menos que saibamos até que ponto o aumento das infecções pode ser atribuído à nova variante, não seremos capazes de determinar conclusivamente se o laxismo em seguir o comportamento apropriado para combater a covid impulsionou o surto ou se a maior virulência da nova variante é a principal responsável.”
Ele declarou que a melhoria da situação está condicionada “à adesão das pessoas às restrições relacionadas à covid e ao recebimento de vacinas. Precisamos vacinar 10 milhões por dia se quisermos atingir nossa meta de vacinar 300 milhões de pessoas até agosto”.
A Índia já aplicou 138 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, segundo o Our World in Data. Mas apenas 1,55% da população está completamente imunizada – ou seja, recebeu as duas doses.
O dia em que mais doses foram aplicadas foi na 6ª feira (23.abr): 5,6 milhões.

Doses de vacinas contra a covid-19 aplicadas diariamente na Índia
Reino Unido enviará ventiladores e outros dispositivos para a Índia devastada pela Covid

LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha disse no domingo que estava enviando mais de 600 dispositivos médicos, incluindo concentradores de oxigênio e ventiladores, para a Índia para ajudar o país que luta para lidar com um aumento nos casos de coronavírus.
O equipamento vem do estoque excedente da Grã-Bretanha e a primeira remessa deve chegar a Nova Delhi na terça-feira, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico.
"Estamos lado a lado com a Índia como amigo e parceiro durante o que é um momento profundamente preocupante na luta contra o Covid-19", disse o primeiro-ministro Boris Johnson.
"Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com o governo indiano durante este período difícil e estou determinado a garantir que o Reino Unido faça tudo o que puder para apoiar a comunidade internacional na luta global contra a pandemia."
Os Estados Unidos disseram no sábado que enviariam apoio adicional à Índia.
Alemanha terá lockdown até junho depois que restrições não surtiram efeito na redução de casos de Covid-19

BERLIM (Reuters) - A taxa de infecções por coronavírus na Alemanha aumentou neste fim de semana, apesar das restrições mais rígidas no país, e o ministro das Finanças, Olaf Scholz, advertiu que não deverá haver alívio no lockdown antes do final de maio.
A Alemanha está lutando para conter uma terceira onda de infecções, com esforços sendo dificultados pela variante B117 mais contagiosa, que surgiu pela primeira vez no Reino Unido, e um início relativamente lento da campanha nacional de vacinação.
"Precisamos de um cronograma para voltar à vida normal, mas deve ser um plano que não terá que ser revogado depois de alguns dias", disse Scholz ao jornal Bild am Sonntag.
O governo federal deve ser capaz de delinear "passos claros e corajosos rumo à abertura" para o final de maio, permitindo que os restaurantes ajustem seus planos de reabertura e os cidadãos planejem seus feriados, disse ele.
Scholz disse que as medidas também vão esclarecer quando as idas a shows, teatros e estádios de futebol serão possíveis.
Reino Unido afirma que casos de Covid caíram 4,6% na semana passada

LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha relatou 1.712 novos casos de Covid-19 no domingo, mostraram dados do governo, o que significa que houve 17.063 novos casos entre 19 e 25 de abril, uma queda de 4,6% em comparação com os sete dias anteriores.
Outras 11 pessoas foram relatadas como tendo morrido em 28 dias após um teste positivo para Covid-19, levando a redução de sete dias para 12,6%.
Um total de 33,67 milhões de pessoas receberam a primeira dose de uma vacina contra o coronavírus e 12,59 milhões de pessoas receberam a segunda dose.
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