Brasil pode ter convulsão sem voto impresso em urna eletrônica, diz Bolsonaro

Publicado em 17/06/2021 23:07

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o Brasil pode ter uma convulsão social se não houver a aprovação do voto impresso para as urnas eletrônicas para as eleições do próximo ano e voltou a fazer duras críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que tem ressalvas em relação à iniciativa.

"Vai ter sim, Barroso, vai ter sim. Vamos respeitar. Vamos respeitar o Parlamento brasileiro, que, caso contrário, teremos dúvida nas eleições e podemos ter um problema seriíssimo no Brasil. Pode um lado ou outro não aceitar, criar uma convulsão no Brasil", disse Bolsonaro.

Por iniciativa de aliados do presidente, a Câmara dos Deputados começou a discutir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adota o voto impresso para urnas eletrônicas.

Para Bolsonaro, Barroso tem feito "carga contra" a proposta e insinuou --sem mostrar qualquer tipo de evidência-- que o interesse do magistrado seria beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente criticou Barroso, chamando-o de "péssimo exemplo" para todos por decisões que têm tomado no Supremo Tribunal Federal (STF), da qual é um dos ministros.

Também sem mostrar provas, o presidente disse que o ex-candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves venceu a eleição presidencial de 2014. Bolsonaro já vinha afirmando, também sem apresentar provas que diz ter, que venceu a eleição de 2018 já no primeiro turno.

Bolsonaro tem feito a defesa da adoção do voto eletrônico com impressão de cédulas, apesar de nunca ter havido qualquer tipo de fraude comprovada nas urnas eletrônicas em mais de 20 anos de uso no país.

Arma é segurança, é vida, e não mata, diz Bolsonaro

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira o armamento da população brasileira após comentar, em sua tradicional live semanal, que o artefato pode proteger contra a "bandidagem" que está armada.

"Uma arma é sua defesa, será que você não se garante? Arma protege a sua vida, sua família", disse.

"Arma é segurança, é vida e arma não mata, quem mata é o elemento que está atrás dela", reforçou.

O presidente destacou que não alterou o Estatuto do Desarmamento, mas editou decretos para, em suas palavras, dar "mais meios para que a pessoa possa ter arma".

Parte dos decretos que Bolsonaro editou flexibilizando o acesso a armas foi suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro diz que governo estuda Bolsa Família 50% maior que atual

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer nesta quinta-feira que o governo estuda elevar o valor médio do programa Bolsa Família para além dos 250 que estava sendo programado pela equipe econômica, e afirmou que o benefício com reajuste passaria a ser pago a partir de dezembro.

"Está sendo negociado para aumentar aí 50%. Até dezembro. Houve inflação sim. Alimento subiu no mundo todo e foi agravado pela pandemia do fique em casa", disse o presidente a apoiadores depois de ser perguntado se realmente o benefício seria reajustado para 300 reais, como ele mesmo havia afirmado esta semana.

O valor médio pago hoje aos beneficiários do programa é de 190 reais mensais --existem variações de acordo com o tamanho da família e a idade das crianças. A equipe econômica já havia fechado as contas em um reajuste para 250 reais, em média --valor que poderia ser pago sem romper o teto de gastos e sem cortar outros programas, como exigia o presidente.

Na quarta à noite, em uma entrevista para um canal de tevê de Rondônia, Bolsonaro afirmou que era necessário aumentar esse valor e que queria 300 reais.

Os 50% de aumento em relação ao patamar atual, ditos nessa quinta pelo presidente, levariam a um valor um pouco menor, de 285 reais --um meio termo entre o previsto e o desejado por Bolsonaro.

A afirmação de quarta-feira pegou a equipe econômica de surpresa, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, porque todos os cálculos já estavam feitos para que se fizesse caber os 250 reais mensais no Orçamento, a serem pagos a partir de novembro.

Segundo essa mesma fonte, por enquanto não se sabe ainda de onde sairão os recursos para fazer o que o presidente quer, mas a proposta certamente virá do corte de outros programas existentes, já que não há como aumentar ainda mais as despesas sem ultrapassar o teto de gastos.

Mais tarde, em almoço com empresários no Rio de Janeiro, Bolsonaro voltou a falar em aumento de 50% e também no valor de 300 reais.

“Temos conversado com o Paulo Guedes e pessoal da nossa economia tem coração, e ele está propenso a conceder reajustes de 50% para bolsa família a partir do próximo ano", disse Bolsonaro no Rio.

"Sabemos que em média é de 192 reais, é pequena e devemos passar para 300 reais, sabemos que é pequeno também, mas é uma ajuda para os que não têm como conseguir algo no mercado de trabalho“, acrescentou.

Após o almoço, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota), filho do presidente e que esteve no encontro, deu outro valor e falou numa possível mudança no nome do programa, além de sua abrangência, tema já discutido no ano passado no governo.

"O comando do presidente para o ministro (da Cidadania, João Roma) foi ampliar a base do Bolsa Família, ou seja atingir mais famílias e ampliar também o valor", disse o senador.

"Se discute algo em torno de 270 reais aproximadamente. Isso tem que acontecer logo. Com a prorrogação por mais alguns meses do auxílio emergencial e na sequência um Bolsa Família mais robusto, que talvez mude de nome para Alimenta Brasil ou algo do tipo", acrescentou.

Segundo o senador, um diferencial seria criar estímulos para que as pessoas deixem de depender desse auxílio, "ou seja investir em qualificação e na educação para que as pessoas possam caminhar com as próprias pernas“.

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Fonte:
Reuters

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