Biólogo molecular Fernando Reinach volta a questionar a eficácia da Coronavac

Publicado em 20/06/2021 00:48 e atualizado em 20/06/2021 01:41
em artigo publicado no Estadão neste sábado

O biólogo molecular Fernando Reinach voltou a questionar, neste final de semana, a eficácia da vacina Coronavac, lembrando que os estudos da vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac não estão sendo divulgados. Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo neste sábado, o biólogo - uma das referencias internacionais nas pesquisa sobre a Covid -- alerta que "sem esses dados vai ser cada vez mais difícil justificar a continuidade do uso" da Coronavac.

"No Brasil estamos no bom caminho. A fábrica da Fiocruz está iniciando a produção da vacina da AstraZeneca e um número crescente de doses da Pfizer está chegando.

A grande incógnita continua sendo a Coronavac: o estudo da fase 3 que mediu sua eficácia ainda não foi publicado.

Não há estudos sobre sua eficácia em idosos ou crianças e tampouco trabalhos científicos que comprovam sua efetividade contra as novas variantes.

Sabemos que ela produz poucos anticorpos neutralizantes e os estudos de efetividade, tanto nos funcionários do Hospital das Clínicas da USP, quanto em Serrana, sequer foram publicados na forma de manuscritos.

Essa é a única vacina que ainda não obteve o registro definitivo na Anvisa, apesar de ter sido aprovada para uso emergencial pela OMS.

Nesse início de vacinação a Coronavac ainda tem um papel importantíssimo no Brasil, mas sem esses dados vai ser cada vez mais difícil justificar a continuidade do uso".

Imunidade induzida dura pouco; vacinas de mRNA bloqueiam boa parte da transmissão

Enquanto no Brasil a vacinação continua lenta, muitos países vacinaram mais de 60% da população e ficou claro que as vacinas de mRNA, além de evitar hospitalizações, bloqueiam boa parte da transmissão comunitária. Além disso protegem contra novas variantes, mesmo perdendo efetividade frente às mais agressivas.

Países desenvolvidos estão escolhendo quais vacinas utilizar caso seja necessário aplicar com periodicidade anual. Isto pode ser necessário ou porque a imunidade induzida dura pouco ou pelo surgimento de novas variedades. É nesse contexto que estão surgindo estudos que comparam diretamente duas ou mais vacinas na mesma população, no mesmo intervalo de tempo (e, portanto, na presença das mesmas variantes). O mais importante deles é a comparação entre Pfizer e AstraZeneca no Reino Unido publicado esta semana.

O Reino Unido implementou um sofisticado sistema de monitoramento da pandemia. Toda semana pesquisadores visitam milhares de residências escolhidas ao acaso, com uma metodologia muito semelhante à que usa em São Paulo o grupo de cientistas a que pertenço. A diferença é que, em vez de testar para a presença de anticorpos (o que detecta as pessoas já infectadas), os ingleses coletam amostras para fazerem o teste de PCR (que identifica as pessoas infectadas no dia da coleta).

Com esses dados o serviço de saúde sabe quantas pessoas estão transmitindo a doença naquele momento. É por isso que costumam divulgar que, por exemplo, 1 em cada 1.342 pessoas estão transmitindo a doença num dado dia. Além disso, as pessoas que testam positivo no PCR têm o genoma do vírus que os infecta sequenciado, o que permite que a variante seja identificada.

É dessa maneira que eles acompanham o aumento de alguma variante, como o que está acontecendo agora com a indiana. Cada pessoa também responde a um questionário e esse enorme banco de dados é enriquecido com os dados sobre seu estado vacinal (que imunizante foi aplicado e quando tomou cada dose). 

Analisando 1.945.071 resultados de PCR coletados em 383.812 pessoas entre 1.º de dezembro de 2020 e 8 de maio de 2021, foi possível aos epidemiologistas ingleses comparar a efetividade da AstraZeneca com a Pfizer. Os resultados surpreenderam. Vinte e um dia após a segunda dose, a da AstraZeneca reduziu a probabilidade de infecção dos vacinados (isso inclui os casos assintomáticos) em 79% e a vacina da Pfizer em 80%. Esse resultado demonstra que, neste caso, as duas vacinas induziram exatamente a mesma proteção. 

Esse resultado reforça a ideia de que estamos no caminho certo no Brasil ao aumentarmos o uso dessas duas vacinas. Mas é bom lembrar que no Brasil as variantes hoje são outras. O resultado também demonstra como é importante acompanhar a efetividade das vacinas e selecionar as mais adequadas. O fato é que o Brasil ainda rasteja no monitoramento da pandemia e na análise das variantes que circulam por aqui.

MAIS INFORMAÇÕES: IMPACT OF VACCINATION ON NEW SARS-COV-2 INFECTIONS IN THE UNITED KINGDOM. NATURE MEDICINE. doi.org/10.1038/s41591-021-01410-w 2021

* FERNANDO REINACH É BIÓLOGO, PHD EM BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR PELA CORNELL UNIVERSITY E AUTOR DO LIVRO "A CHEGADA DO NOVO CORONAVÍRUS NO BRASIL".

Queiroga diz que nem têm todas as vacinas tem evidências científicas, sem citar a Coronavac

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RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Saúde contrariou dados de pesquisas científicas que comprovam a eficácia das vacinas contra Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil ao afirmar que os imunizantes não têm todas as evidências científicas, concordando com declaração recente do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a questionar as vacinas.

Em evento no Rio de Janeiro,  Queiroga afirmou que "tem de questionar tudo" ao comentar as dúvidas que Bolsonaro coloca sobre a vacinação.

"O presidente Bolsonaro fala que não se tem todas as evidências científicas da vacina, e aí se interpreta que ele está questionando as vacinas. Tem que se questionar tudo, e não se tem todas as evidências científicas mesmo não", afirmou o ministro.

As três vacinas atualmente sendo aplicadas no Brasil -- os imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer, além da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac -- passaram por testes clínicos que comprovaram eficácia superior a 50% no combate à Covid-19, patamar mínimo apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como necessário para se aprovar uma vacina.

As vacinas da AstraZeneca e da Pfizer têm registro definitivo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já a CoronaVac somente obteve autorização de uso emergencial do órgão regulador brasileiro e da OMS. Cabe à Anvisa autorizar o uso de vacinas e medicamentos no Brasil, com base em dados de segurança e eficácia dos mesmos.

A vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, para a qual o Ministério da Saúde também tem acordo de compra e que será usada no país, tem autorização de uso emergencial dada pela Anvisa e registro concedido pela Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, onde o imunizante já está sendo aplicado.

Apesar de concordar com os questionamentos de Bolsonaro às vacinas, Queiroga afirmou, também nesta sexta-feira, que tem buscado antecipar a chegada de doses de imunizantes contra Covid-19 e apontou a vacinação como uma esperança dos brasileiros.

Variante Delta da Covid está se tornando dominante no mundo, diz OMS

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GENEBRA (Reuters) - A variante Delta da Covid-19, identificada primeiramente na Índia, está se tornando a variante dominante em todo o mundo, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

Soumya Swaminathan também expressou decepção com o fracasso da candidata a vacina da CureVac em um teste de padrão de eficácia da OMS, em particular agora que variantes altamente transmissíveis aumentam a necessidade de vacinas novas eficazes.

O Reino Unido relata um crescimento acentuado de infecções da variante Delta, e a principal autoridade de saúde pública da Alemanha previu que ela se tornará a variante dominante rapidamente em seu país, apesar das taxas de vacinação crescentes.

O Kremlin atribuiu uma disparada de casos de Covid-19 à relutância a tomar vacinas e ao "niilismo" depois que um recorde de infecções novas em Moscou, a maioria resultante da variante Delta, provocou o temor de uma terceira onda.

"A variante Delta está bem encaminhada para se tornar a variante dominante globalmente por causa de sua maior transmissibilidade", explicou Swaminathan em uma coletiva de imprensa.

As variantes do coronavírus foram citadas pela CureVac quando a empresa alemã relatou nesta semana que sua vacina só se mostrou 47% eficaz na prevenção da doença, abaixo do padrão de 50% da OMS.

A empresa disse ter documentado ao menos 13 variantes circulando na população que estudou.

Queiroga busca na OMS maior número de vacinas do Covax, diz a Reuters

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BRASÍLIA (Reuters) - Depois de o governo brasileiro optar por contratar o mínimo possível de vacinas contra a Covid-19 no consórcio Covax Facility, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu à Organização Mundial de Saúde o aumento da cota brasileira para 20% da população brasileiro, mas o pedido foi negado.

A informação consta de um do telegramas diplomático em que é relatada uma reunião entre Queiroga e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, realizada no dia 4 de junho e que foi remetida para a CPI da Covid do Senado. A correspondência sigilosa foi obtida pela Reuters com uma fonte da CPI.

Na conversa, Queiroga, que assumiu o ministério em abril, diz que o número contratado -suficiente para imunizar 10% da população, 42 milhões de doses-- era baixo frente à demanda do país e da força da pandemia nas Américas.

O diretor-geral da OMS concordou que havia atraso na entrega de imunizantes pelo consórcio e revelou que as farmacêuticas não estavam cumprindo adequadamente os contratos, mas deixou claro que o volume destinado ao Brasil não seria aumentado.

A posição de Queiroga demonstra uma mudança de postura do governo em relação à compra de vacinas, fato esse que está sendo investigado pela comissão parlamentar. Nesta sexta, o atual ministro da Saúde passou à condição de investigado pela comissão de inquérito.

Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde não respondeu de imediato aos pedidos de comentário sobre a posição de Queiroga.

O acerto para compra das vacinas pelo mecanismo foi feito no final de 2020, ainda sob a gestão de Eduardo Pazuello. Já na época a decisão do governo brasileiro de contratar o mínimo possível oferecido pelo Covax foi criticada, em um momento em que o Brasil ainda tinha poucas perspectivas de obter grandes volumes de vacina.

Em depoimento à CPI no mês passado, Pazuello disse que foi dele a decisão de comprar apenas a cota de 10% da população brasileira de vacinas pelo Covax Facility. Ele alegou ter comprado a cota mínima, chamou de "muito nebulosa" a negociação e reclamou do preço, dizendo que a oferta inicial seria de 40 dólares por dose.

"Bem, a negociação com a Covax Facility começou muito, muito nebulosa – vou usar um termo aqui. Não havia bases, o preço inicial era de 40 dólares a vacina. E assim começou a discussão. Não havia garantia de fornecimento. Então, naquele momento, o que nós nos preocupamos era que nós assumíssemos um grau de recursos altíssimo sem uma garantia de entrega efetiva do laboratório", disse Pazuello, que também passou à condição de investigado na CPI.

Fontes ouvidas pela Reuters depois do acerto inicial com o Covax, no entanto, disseram que a avaliação no ministério, à época, era de que os contratos da AstraZeneca --que desenvolveu a vacina em parceria com a Universidade de Oxford-- com a Fundação Oswaldo Cruz e da chinesa SinoVac com o Instituto Butantan para a CoronaVac seriam suficientes para abastecer o Brasil.

VOLUME BAIXO

Na conversa com o diretor-geral da OMS do início deste mês, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, recapitulou os elementos da participação do Brasil no consórcio pelo qual pagou 150 milhões de dólares em outubro do ano passado para a contratação de doses em volume para 10% da população brasileira, segundo o telegrama diplomático.

Queiroga sinalizou a disposição do governo para elevar o volume contratado para 20% da população brasileira, destacando que o ministério estaria pronto para fazer a alocação de recursos.

De acordo com o telegrama, Tedros queixou-se de que os elevados volumes contratados de vacinas pelo Covax Facility não estavam sendo honrados pelas companhias farmacêuticas, fato esse que estaria prejudicando o Brasil e muitos outros países.

O diretor-geral da OMS disse ter relatado que vários chefes de Estado e governos mandaram-lhe correspondências "frustrados" com o ritmo de entrega de doses pelo consórcio, notando que vários países não teriam sequer começado a receber imunizantes e que o problema não seria específico do Brasil.

"Ao mesmo tempo, disse que envidará seus melhores esforços para ajudar-nos, via contatos seus com os CEOs da AstraZeneca e da Pfizer", afirmou Tedros, de acordo com o telegrama diplomático.

Ainda assim, o diretor-geral da OMS deu sinal de que a demanda de Queiroga por mais vacinas via o mecanismo não deverá ser atendida.

Conforme o documento enviado à CPI, Tedros "não deixou de argumentar que, mesmo que o ritmo de entregas do 'Covax Facility' melhore, o volume destinado ao Brasil ainda será limitado (apenas 9 milhões de doses até maio e um total de 42 milhões ao término de 2021)", afirmou.

Outros telegramas obtidos pela Reuters mostraram que o Itamaraty acompanhava desde o ano passado com atenção o desenvolvimento de vacinas pelo mundo, chegou a marcar encontros de pessoas do ministério da Saúde com representantes de laboratórios que queriam apresentar seus imunizantes ao Brasil, e reportou detalhes dos estágios de desenvolvimento de vacinas, como as da Pfizer e da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson.

Os relatórios sinalizavam, por exemplo, os acordos de compra que vários países já estavam fazendo com os laboratórios, mesmo sem os resultados finais das vacinas.

Uma das alegações do presidente Jair Bolsonaro e de Pazuello para o atraso na aquisição de vacinas pelo Brasil é que não havia vacinas prontas e que era necessária uma aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apesar dos contratos oferecidos ao governo brasileiro, como o da Pfizer, terem cláusulas que previam o cancelamento da venda no caso da vacina não dar certo.

Anvisa autoriza estudo sobre dose de reforço da vacina da Pfizer

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BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta sexta-feira o estudo clínico para testar uma possível dose de reforço que poderia ser usada como complemento da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech.

Segundo o comunicado, nos testes será usado o imunizante Cominaryt, da Wyeth/Pfizer. A previsão é recrutar 443 participantes no centro clínico do Hospital Santo Antônio da Associação Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador (BA), e outros 442 participantes no Centro Paulista de Investigação Clínica e Serviços Médicos, em São Paulo (SP).

A agência disse que o estudo quer incluir participantes com 16 ou mais anos de idade, do sexo masculino e feminino, que já tomaram as duas doses de vacina ainda na fase de testes pelo menos 6 meses antes de receber a dose de reforço.

Vacina

Em fevereiro de 2021, a Anvisa concedeu o registro definitivo à vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNtech.

O registro estabeleceu o uso da vacina na população acima ou igual de 16 anos de idade, com esquema de 2 doses com intervalo de 21 dias entre as doses. Foi o primeiro imunizante a receber o registro de uso definitivo no Brasil com base nos estudos de Fase 3. 

Segundo a Pfizer Brasil, a vacina apresentou eficácia global de 95% em toda população do estudo, incluindo análise em diferentes grupos étnicos, e pacientes com condições clínicas de risco, sendo observada ainda uma eficácia de 94% em indivíduos acima de 65 anos.

De acordo com a Anvisa, 443 participantes deverão ser recrutados no centro clínico do Hospital Santo Antônio da Associação Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador (BA) e outras 442 virão do CEPIC, Centro Paulista de Investigação Clínica e Serviços Médicos, em São Paulo. 

No estudo, serão incluídos participantes com 16 ou mais anos de idade, do sexo masculino e feminino,  que tomaram as duas doses da vacina BNT162b2 há pelo menos seis meses no Brasil.

Ainda de acordo com a agência, a Pfizer definirá a data de início dos testes.

Brasil ultrapassa marca de 500 mil mortos por Covid-19, com 16.183.849 pessoas recuperadas

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BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou neste sábado 2.301 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 500.800, informou o Ministério da Saúde.

Também foram contabilizados neste sábado, de acordo com a pasta, 82.288 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para 17.883.750, a terceira maior contagem no mundo, atrás apenas dos EUA e da Índia.

Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19 em números absolutos, São Paulo atingiu neste sábado as marcas de 3.573.210 casos e 121.960 mortes.

Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.733.181 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 54.142 mortes.

O governo federal reporta ainda 16.183.849 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.199.101 pacientes em acompanhamento.

Com 500 mil vítimas da covid, Brasil é o 8º país com mais mortes por milhão (no Poder360)

O Brasil atingiu neste sábado (19.jun.2021) a marca de 500 mil vítimas da covid-19. O número põe o país em 2º lugar no ranking de números absolutos de vítimas, atrás apenas dos Estados Unidos. Em relação ao tamanho da população, o Brasil é o 8º no ranking mundial, com 2.347 mortes por milhão de habitantes.

A 1ª morte pela doença no Brasil foi registrada em 17 de março de 2020. Foram 25 dias até o país chegar à marca de 1.000 vítimas, em 11 de abril. Em 8 de agosto, quase 4 meses depois, já eram 100 mil mortes.

Neste ano, em apenas 51 dias, o total de mortos subiu de 400.000, em 29 de abril, para 500.000 neste sábado. Ou seja, 100.000 vítimas a mais.

Entre os 10 países com mais mortes por milhão de habitantes, o Brasil é o único com população superior a 100 milhões. Entre os 30 países do ranking, apenas os Estados Unidos, que ocupam a 18ª posição, e o México, que está em 19º lugar, também têm mais de 100 milhões de habitantes.

Segundo Domingos Alves, cientista de dados e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, o Brasil pode chegar a 560 mil em meados de julho. Em meados de agosto, a 620 mil mortes.

“Antes de a população brasileira ser vacinada, nós podemos atingir um número muito maior de óbitos”, disse.

Caso seja confirmada, a projeção do especialista indicará aceleração do ritmo de mortes no país. Foram 36 dias transcorridos de 24 de março de 2021, quando o país registrou 300 mil vítimas, a 29 de abril, quando o total foi a 400 mil.

Alves diz ainda que o Brasil enfrenta uma “situação de gravidade extrema da pandemia”, causada pela falta de políticas de controle da disseminação do novo coronavírus. Para ele, houve prioridade na retomada econômica.

“O ciclo de transmissão do vírus em todos os Estados brasileiros hoje é muito pior do que era anteriormente. Com qualquer diminuição nesses indicadores que você venha a observar nos próximos dias, ainda estaremos em uma situação de gravidade extrema da pandemia”, afirma o pesquisador.

 

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Fonte:
Estadão/Reuters/Poder360

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1 comentário

  • Rafael Antonio Tauffer Passo Fundo - RS

    Veja a situação no Uruguai. O país está totalmente fechado para entrada de estrangeiros e já tem 38% da população vacinada com a Sinovac. Por que os casos e as mortes estão disparando naquele país? Isso não é conversa fiada, é só pesquisar.

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    • Adilson Dilmar Dudeck Cascavel - PR

      A Europa inteira ja refutaram essa ching ling pela sua ineficacia. O que ocorre no Uruguai esta ocorrento tambem no Chile, que agora esta adquirindo outra vacina e recomeçar novamente a imunização.

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