Israel diz que Raisi, novo presidente do Irã, é extremista e comprometido com o programa nuclear
JERUSALÉM (Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores de Israel condenou, neste sábado, a eleição de Ebrahim Raisi como novo presidente do Irã, considerando-o como o mais extremista até agora e comprometido a avançar rapidamente com o programa nuclear de Teerã.
"Após o Líder Supremo efetivamente ditar ao povo iraniano quem eles deveriam escolher, menos de 50% dos cidadãos iranianos aptos a votar elegeram o seu presidente mais extremista até agora. O açougueiro de Teerã, Ebrahim Raisi, foi denunciado pela comunidade internacional pelo seu papel direto nas execuções extrajudiciais de mais de 30.000 pessoas", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat, em comunicado.
"Uma figura extremista, comprometida com o avanço rápido do programa nuclear militar, sua eleição deixa claras as verdadeiras intenções malignas do Irã, e deve causar grave preocupação à comunidade internacional."
Envolvidos na negociação do acordo nuclear do Irã realizarão reunião formal neste domingo
PARIS (Reuters) - Os lados envolvidos na negociação para ressuscitar o acordo nuclear do Irã realizarão uma reunião formal em Viena no domingo, afirmou a União Europeia neste sábado.
A reunião será realizada em meio à sexta rodada de discussões indiretas entre Washington e Teerã, e essas reuniões formais são geralmente um indicativo de que a rodada mais recente será adiada.
Chanceler do Irã anuncia Raisi como novo presidente eleito
ANKARA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, declarou neste sábado que o juíz linha dura Ebrahim Raisi é o novo presidente eleito do país e acrescentou que todos devem trabalhar com ele de agora em diante.
O ministro anunciou o resultado um dia após milhões de iranianos votarem em uma disputa boicotada por críticos a restrições políticas e problemas econômicos. Para Zarif, Raisi deve liderar bem o Irã.
O chanceler também disse a um fórum diplomático em um resort turco que as questões envolvendo as conversas sobre o programa nuclear do Irã com potências ocidentais não eram intransponíveis e que esperava chegar a um resultado antes de agosto.
Grupos de direitos humanos pedem investigação Raisi por crimes contra a humanidade
PARIS (Reuters) - A Anistia Internacional e o Human Rights Watch afirmaram que a eleição de Ebrahim Raisi como novo presidente do Irã foi um golpe aos direitos humanos e pediram que ele seja investigado pelo seu papel no que Washington e grupos de direitos humanos chamam de execuções extrajudiciais de milhares de prisioneiros políticos em 1988.
O Irã nunca reconheceu as execuções em massa, e Raisi nunca respondeu publicamente às acusações sobre sua participação. Alguns clérigos afirmaram que os julgamentos foram justos, elogiando a "eliminação" de adversários armados nos primeiros anos da revolução islâmica de 1979.
"O fato de Ebrahim Raisi ter chegado à presidência em vez de ser investigado por crimes contra a humanidade, de assassinato, desaparecimentos e tortura, é uma lembrança sombria de que a impunidade reina suprema no Irã", disse a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, em um comunicado.
A Human Rights Watch, com sede em Nova York, ecoou esse sentimento.