Ibovespa cai em sessão negativa no exterior com taxa de juros dos EUA no radar

Publicado em 10/01/2022 12:04

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O Ibovespa caía nesta segunda-feira, apesar de ter reduzido parte das perdas desde mais cedo, diante de manhã negativa para os mercados de ações no exterior, que mantêm expectativa para elevação de juros nos Estados Unidos nos próximos meses.

Às 11:34, o Ibovespa caía 0,29%, a 102.422,90 pontos. Nas mínimas da sessão, alcançou 101.730,87 pontos. O volume financeiro era de 5,4 bilhões de reais.

Os principais índices de ações nos EUA recuavam, após os rendimentos dos Treasuries de dez anos subirem para o maior patamar desde o início de 2020 nesta manhã. O movimento ocorre depois que a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) revelar na semana passada um discurso mais duro da instituição sobre a escalada da inflação, com perspectiva de aumento na taxa de juros do país antes do previsto.

Na sexta-feira, números do mercado de trabalho norte-americano corroboraram com essa tese, na leitura do mercado, e a curva de juros nos EUA precifica chance de mais de 70% de uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em março. A alta dos juros nos EUA afeta a liquidez dos mercados globais e eleva o custo de capital das empresas, impactando negativamente as bolsas.

No Brasil, a Intermédica era principal pressão negativa para o Ibovespa, enquanto a JBS estava do lado oposto.

O Ibovespa vem de duas sessões consecutivas de alta, que ainda assim não evitaram um recuo na primeira semana do ano.

Apesar de pregão negativo por conta do exterior, a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que não estariam garantidos reajustes a nenhuma categoria de servidores pode dar algum alívio na cena fiscal doméstica.

Analistas do Itaú BBA incluindo Marcelo Sá projetam um ano difícil para o Ibovespa, com o índice fechando em 115.000 pontos -- o alvo de 2021 era 120.000 --, segundo relatório a clientes. Eles citam o impacto negativo do maior custo de capital, dada a elevação nos juros, e um menor lucro por ação, com cenário macroeconômico mais desafiador.

A pesquisa semanal Focus do Banco Central com economistas desta semana mostrou elevação na estimativa para a taxa Selic em 2022, de 11,50% para 11,75%, enquanto a projeção do Produto Interno Bruto do país caiu de 0,36% para 0,28%.

DESTAQUES

- VALE ON caía 0,1%, CSN ON avançava 3,7%, CSN MINERAÇÃO ON operava estável e USIMINAS PN subia 2,2%. Papéis revertaram ou reduziram queda forte da abertura, após companhias anunciarem paralisação em operações de mineração em Minas Gerais por conta de chuvas intensas na região. Contratos futuros do minério de ferro caíram na China.

- PETROBRAS PN recuava 0,2% e ON subia 0,1%. O petróleo operava próximo da estabilidade, à medida que problemas de oferta no Cazaquistão e na Líbia compensavam receios pela rápida propagação da variante Ômicron.

- JBS ON avançava 2,8% e MARFRIG ON subia 2%. Analistas do JPMorgan incluindo Lucas Ferreira projetaram resultados surpreendemente fortes para as duas companhias no quarto trimestre de 2021. Em relatório a clientes, eles elevaram projeções financeiras para as empresas no período e avaliaram que os preços nos EUA devem ter se mantido bem acima das médias históricas. O JPMorgan tem recomendação 'overweight' para JBS e 'neutra' para Marfrig.

- QUALICORP ON caía 4,1%, HAPVIDA ON cedia 1,7%, INTERMÉDICA ON recuava 1,7% e SULAMÉRICA UNIT tinha queda de 2,4%. O preço-alvo da ação de SulAmérica foi cortado de 33,95 reais para 20 reais pelo Credit Suisse.

- INTER UNIT recuava 4,4%, MÉLIUZ ON caía 3,1% e TOTVS ON cedia 2,2%.

- MAGAZINE LUIZA ON cedia 3,4%, VIA ON caía 2,2% e AMERICANAS ON tinha queda de 0,5%.

- SEQUOIA ON, empresa de logística que não está no Ibovespa, subia 7,4%, após divulgar crescimento de 135% no volume de entregas entre 20 e 26 de dezembro (período de Natal) e de 108% na receita bruta, ambos ante o mesmo período de 2020.

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Fonte:
Reuters

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