Itaú passa a ver crescimento tímido do PIB em 2022, mas sobe conta para IPCA a 6,5% e Selic a 13%
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SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú melhorou sua projeção para o desempenho econômico do Brasil neste ano, passando a ver leve crescimento de 0,2% após surpresa positiva em dados recentes e diante da disparada internacional dos preços das commodities.
Anteriormente, o banco previa contração de 0,5% em 2022.
Mas a avaliação é que a alta dos preços do petróleo e commodities agrícolas também terá impacto na inflação, elevando a pressão sobre o consumidor e forçando o Banco Central a endurecer sua conduta de política monetária, o que fez o Itaú piorar sua estimativa de expansão para o ano que vem a 0,5%, contra taxa de 1,0% prevista em cenário anterior.
O credor privado espera agora que o IPCA suba 6,5% neste ano, patamar bem acima do teto da meta oficial, numa alta de 1 ponto percentual completo em relação à projeção anterior. "O principal efeito vem de preços de commodities mais altos", avaliou o Itaú em relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita e divulgado nesta segunda-feira. Para 2023, a estimativa de inflação foi mantida em 3,5%.
Os centros da meta de inflação são de 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
"Diante do aumento das pressões inflacionárias e o consequente risco de desancoragem de expectativas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá realizar um aperto monetário mais prolongado do que o que esperávamos antes da escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia", afirmou o banco.
A taxa Selic deve chegar ao fim do ano em 13%, de acordo com a mais recente revisão de cenário do Itaú, após elevações de 1 ponto percentual em março, 0,75 ponto em maio e 0,50 ponto em junho. Antes, o credor esperava que os juros básicos --atualmente em 10,75%-- terminariam o ciclo de aperto monetário em 12,50% ao ano.
Foi mantida a expectativa de que a Selic cairá a 8,0% até o fim de 2023.
Em relação à taxa de câmbio, o Itaú não alterou sua visão prévia de que o real será negociado a 5,50 por dólar ao final deste ano e a 5,75 em 2023, mas reconheceu que a atual janela de apreciação da moeda brasileira pode durar mais tempo.
"Os preços de commodities mais elevados, a perspectiva de crescimento marginalmente melhor e a taxa Selic mais elevada ao longo do ano são fatores importantes que devem continuar atuando na direção de atrair um fluxo maior de dólares para o Brasil, assim como observamos em janeiro e fevereiro", disse o banco, que espera alguma depreciação no final do ano diante de incertezas externas e domésticas.
O real era negociado em torno de 5,07 por dólar nesta segunda-feira.
Embora tenha citado os riscos fiscais locais como uma incerteza para o mercado de câmbio, o Itaú melhorou seus prognósticos para o desempenho das contas públicas do Brasil neste ano e no próximo, com a aceleração da inflação devendo aumentar as receitas do governo.
"Estimamos déficit primário em 0,3% do PIB em 2022 (déficit de 1,0% do PIB anteriormente) e 0,9% do PIB em 2023 (déficit de 1,3%, anteriormente)", disse o banco. Seu cenário projeta a dívida bruta em 81% e 84% do PIB neste ano e no próximo, respectivamente.
(Por Luana Maria Benedito)
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