Forte demanda asiática de arroz para ração animal gera preocupação com oferta
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Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) – O Federal Reserve elevou nesta quarta-feira os juros em 0,25 ponto percentual e apresentou um plano agressivo para empurrar os custos de empréstimos nos Estados Unidos a níveis restritivos em 2023, conforme preocupações com a alta inflação e a guerra na Ucrânia suplantaram os riscos da pandemia de coronavírus.
O banco central norte-americano, em uma decisão surpresa, projetou o equivalente a 0,25 ponto de aumento dos juros em cada uma das seis reuniões restantes deste ano, empurrando a meta das Fed Funds para uma faixa entre 1,75% e 2% até o final do ano. Até o fim de 2023, a taxa básica de juros é vista em 2,8%, acima do nível de 2,40% que as autoridades agora avaliam que desaceleraria a economia.
Uma desaceleração porém já pode estar em andamento. Os formuladores de política monetária reduziram suas estimativas de crescimento em 2022 de 4% para 2,8%, à medida que começaram a avaliar os novos riscos enfrentados pela economia global.
“A invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas. As implicações para a economia dos EUA são altamente incertas, mas no curto prazo a invasão e os eventos relacionados provavelmente criarão uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesarão na atividade econômica”, disse o Fed em comunicado que abandonou sua menção de longa data ao coronavírus como o risco econômico mais direto enfrentado pelo país.
O comunicado marcou o fim da batalha do banco central dos EUA contra a pandemia, após elevar as Fed Funds e prometer “aumentos contínuos” para conter as maiores taxas de inflação em 40 anos.
A trajetória da taxa de juros mostrada nas novas projeções dos formuladores de política monetária é mais dura do que o esperado, refletindo a preocupação do Fed com a inflação, que se moveu mais rápido e ameaçou se tornar mais persistente do que o esperado, além de colocar em risco a esperança do banco central de uma mudança fácil da política monetária de emergência imposta para combater as consequências da pandemia.
Mesmo com as elevações mais fortes dos juros agora projetados, o Fed espera que a inflação fique acima de sua meta de 2%, permanecendo em 4,1% em 2022 e caindo apenas para 2,3% até 2024. A taxa de desemprego deve cair para 3,5% em 2022 e permanecer lá em 2023, mas deverá aumentar ligeiramente para 3,6% em 2024.
O novo comunicado disse que o Fed espera começar a reduzir seu balanço de quase 9 trilhões de dólares “em uma próxima reunião”, um tópico que provavelmente será abordado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em uma entrevista coletiva prevista para começar às 15:30 (de Brasília).
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, foi o único formulador de política monetária a discordar da decisão do Fed.
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