Abastecimento de gás da Rússia para Europa fica em risco com proximidade de prazo sobre rublo
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Por Christoph Steitz e Nina Chestney
FRANKFURT/LONDRES (Reuters) - A Rússia disse que vai elaborar medidas práticas até quinta-feira para que empresas estrangeiras paguem por seu gás em rublos, aumentando a probabilidade de interrupções no fornecimento, uma vez que países ocidentais até agora têm rejeitado a demanda de Moscou por uma troca de moeda.
A ordem do presidente Vladimir Putin na semana passada de cobrar de países "hostis" em rublos pelo gás russo impulsionou a moeda depois da queda para mínimas históricas quando o Ocidente impôs sanções abrangentes contra Moscou por sua invasão da Ucrânia.
"Ninguém vai fornecer gás de graça, é simplesmente impossível, e só se pode pagar em rublos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres nesta terça-feira.
A medida atraiu fortes críticas de países europeus, que pagam pelo gás russo principalmente em euros e dizem que a Rússia não tem o direito de refazer contratos. Países do G7 rejeitaram as exigências de Moscou nesta semana.
Os preços do gás no atacado na Europa tiveram ganhos adicionais esta semana devido a preocupações com a interrupção do fornecimento.
A Rússia até agora cumpriu suas obrigações contratuais de fornecimento de gás para a Europa.
Peskov disse que, de acordo com o prazo de 31 de março estabelecido por Putin, "todas as modalidades estão sendo desenvolvidas para que este sistema seja simples, compreensível e viável para respeitados compradores europeus e internacionais".
Mas os países do G7 pediram às empresas que não aceitem pagamentos em rublos e que a maioria dos contratos de fornecimento de gás estipula pagamentos em euros ou dólares norte-americanos.
"Essa é uma posição que compartilhamos, que nosso comissário de energia subscreveu", disse um porta-voz da Comissão Europeia em entrevista coletiva em Bruxelas na terça-feira.
A União Europeia está avaliando cenários que incluem a interrupção total do fornecimento de gás russo no próximo inverno (no hemisfério norte), como parte de seu planejamento de contingência para choques de oferta, disse a Comissão Europeia na semana passada.
DANO
A Europa obtém cerca de 40% de seu gás da Rússia. As importações ficaram em torno de 155 bilhões de metros cúbicos no ano passado.
A demanda de Putin alimentou temores na Alemanha, principal economia da Europa, sobre grandes interrupções no fornecimento de gás caso as concessionárias não paguem em rublos, e como isso afetaria a indústria e as famílias.
Sem o fornecimento de gás russo, a economia alemã sofreria "danos maciços, que devem ser evitados se possível", disse o presidente-executivo da E.ON, Leonhard Birnbaum, ao programa de TV alemão Tagesthemen, acrescentando que o país precisaria de três anos para se tornar independente do gás russo.
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