À espera do Copom, Ibovespa fecha em queda após dia volátil com Fed
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em baixa nesta quarta-feira, em dia volátil, marcado por decisão de política monetária nos Estados Unidos, enquanto ações de varejo avançaram em meio a apostas de que o Banco Central no Brasil deve encerrar o ciclo de altas da Selic.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,52%, a 111.935,86 pontos, de acordo com dados preliminares, após oscilar entre a máxima de 113.294,37 pontos e a mínima 111.380,13 de pontos.
O Federal Reserve confirmou as expectativas da grande maioria do mercado e elevou o juro norte-americano em 0,75 ponto percentual, para a faixa de 3% a 3,25%, enquanto divulgou novas projeções que mostram a taxa subindo para 4,40% até o fim de 2022, antes de atingir 4,60% em 2023.
O Fed promoveu um ajuste relevante na perspectiva para o crescimento do PIB dos EUA neste ano, estimando agora expansão de apenas 0,2%, de previsão anterior de avanço de 1,7%. Para 2023, prevê crescimento de 1,2%.
Na visão de Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, a mensagem do Fed não muda muito o cenário de que os juros nos EUA continuarão subindo, algo que já estava nos preços dos ativos.
"Mas é um cenário ainda negativo para a economia norte-americana e global", pontuou.
Em Wall Street, o S&P 500 mostrou forte volatilidade após a decisão, fechando em baixa de 1,71%.
Gabriel Floriano, estrategista do Levante Corp, destacou que o "dot plot", que mostra estimativas de membros do Fed sobre em que ponto os juros devem estar ao fim deste e outros anos, acusa uma política muito mais restritiva no horizonte próximo.
No Brasil, o Banco Central divulga sua decisão sobre a Selic após o fechamento. Neste caso, prevalece a aposta de manutenção da taxa em 13,75% ao ano, na primeira pausa na sequência de aumentos desde março do ano passado.
Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a bolsa paulista se adiantou à decisão do BC, com forte alta entre as ações de varejo, acreditando que o Copom não deve aumentar a Selic e indicará o fim do ciclo de alta.
DESTAQUES
- BTG PACTUAL UNIT caíu 5,17%, a 25,86 reais, tendo de pano de fundo relatório do Itaú BBA cortando a recomendação dos papéis para "market perform" e reduzindo o preço-alvo para 31 reais. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,05% e BRADESCO PN recuou 0,6%.
- CSN ON fechou com declínio de 4,43%, a 12,52 reais, mais uma vez na ponta negativa, em sessão de baixa dos preços de alguns metais na China. O Tribunal do Cade decidiu nesta quarta-feira alterar para indeterminado o prazo para que a CSN venda as ações que mantém da rival Usiminas. USIMINAS PNA cedeu 1,28%.
- VALE ON perdeu 1,44%, a 68,45 reais. O contrato de minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com queda de 0,9%, a 703,50 iuans (99,79 dólares) a tonelada, depois de atingir mais cedo nível mais fraco desde 8 de setembro, a 686,50 iuans.
- PETROBRAS PN avançou 0,26%, a 31,17 reais, mesmo com a queda dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato do Brent, usado como referência pela estatal, recuou 0,9%. No setor, PRIO ON avançou 0,71% e 3R PETROLEUM ON valorizou-se 1,31%.
- MAGAZINE LUIZA ON fechou em alta de 6,5%, a reais, com o setor de varejo na ponta positiva do Ibovespa, na expectativa da decisão da Selic. VIA ON avançou 5,02%, seguida ainda por GRUPO SOMA ON, que subiu 3,47%, ALPARGATAS PN, que ganhou 3,15%, e LOJAS RENNER ON, com elevação de 2,98%.
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