Otan volta ao passado da Guerra Fria com primeiros grandes planos de defesa em décadas
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Por Sabine Siebold
BRUXELAS (Reuters) - A aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) recuará no tempo com vistas ao futuro na sua cúpula em Vilnius em julho, com os líderes prontos para aprovar milhares de páginas de planos militares secretos que detalharão pela primeira vez desde a Guerra Fria como a aliança responderia a um ataque russo.
A medida significa uma mudança fundamental -- a Otan não viu necessidade de elaborar planos de defesa em larga escala por décadas, enquanto travou guerras menores no Afeganistão e no Iraque e sentiu que a Rússia pós-soviética não representava mais uma ameaça existencial.
Mas com a guerra mais sangrenta na Europa desde 1945 ocorrendo na Ucrânia, a aliança agora está alertando que precisa ter todo o planejamento bem antes que um conflito com um adversário como Moscou possa ocorrer.
"A diferença fundamental entre gestão de crises e defesa coletiva é esta: não somos nós, mas nosso adversário quem determina o cronograma", disse o almirante Rob Bauer, um dos principais oficiais militares da Otan. "Temos que nos preparar para o fato de que o conflito pode se apresentar a qualquer momento."
Ao delinear o que chama de planos regionais, a Otan também dará orientações às nações sobre como atualizar suas forças e logística.
"Os aliados saberão exatamente quais forças e capacidades são necessárias, incluindo onde, o que e como implantar", afirmou o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, sobre os documentos altamente confidenciais que, como na Guerra Fria, designarão certas tropas para a defesa de certas regiões.
Isso formaliza um processo desencadeado pela anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, que levou os aliados ocidentais pela primeira vez a enviar tropas de combate para o leste, com Reino Unido, Canadá e Alemanha assumindo a liderança em um dos países bálticos.
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