PIB alemão deve mostrar expansão em 2024, mas decisão judicial pode reduzir crescimento, diz OCDE
BERLIM (Reuters) - A economia alemã deverá crescer 0,6% em 2024 e 1,2% em 2025, após uma leve contração em 2023, de acordo com previsões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicadas nesta quarta-feira.
As previsões da OCDE são menos otimistas do que as do governo alemão, que espera crescimentos de 1,3% e 1,5% em 2024 e 2025, respectivamente.
Uma decisão da Justiça alemã, há quase duas semanas, bloqueou os planos do governo de realocar fundos pandêmicos não utilizados para iniciativas sustentáveis e apoio ao setor industrial, aumentando os temores de que a maior economia da Europa possa ser ainda mais enfraquecida.
"É crucial resolver a crise orçamentária o mais rápido possível para dar às empresas e às famílias segurança de planejamento e confiança no futuro", disse à Reuters a economista da OCDE Isabell Koske.
Ela disse que uma solução deve incluir cortes no lado das despesas, aumentos no lado da receita e uma reforma do freio da dívida, que estabelece um limite para novos empréstimos.
A incerteza criada pela decisão judicial sobre as políticas de financiamento para apoiar empresas e trabalhadores durante a transição verde pode pesar sobre o investimento e o consumo privado, alertou a OCDE.
"Se for necessário um aperto fiscal maior para sustentar os planos de gastos dos fundos extra-orçamentários, o crescimento do PIB e a inflação serão menores", disse a OCDE.
A economia alemã deve encolher 0,1% este ano, já que as altas taxas de juros pesaram sobre a demanda global por bens de investimento, que constituem uma grande parte das exportações alemãs, disse a OCDE.
O governo espera que a economia contraia 0,4% em 2023.
"A economia alemã está certamente passando por uma fase difícil", disse Koske.
Nos próximos dois anos, no entanto, a queda da inflação e o aumento dos salários darão suporte à renda real e ao consumo privado, previu a OCDE.
As condições monetárias mais apertadas, o enfraquecimento das pressões sobre os preços da energia e o aperto fiscal ajudarão a reduzir a inflação de 6,2% em 2023 para 2,7% em 2024 e 2,1% em 2025, segundo a previsão.
(Por Maria Martinez e Rene Wagner)
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