Mercado dos EUA agora vê como mais provável início do corte de juros pelo Fed em maio
Por Ann Saphir
(Reuters) - Um mercado de trabalho dos Estados Unidos mais forte do que o esperado não impedirá o Federal Reserve de iniciar uma série de cortes na taxa básica de juros no próximo ano, mas pode levar até maio para que o banco central norte-americano faça a primeira redução, apostavam operadores nesta sexta-feira.
Empregadores criaram 199.000 vagas de trabalho em novembro, segundo o relatório mensal de empregos do Departamento do Trabalho dos EUA, mais do que os 180.000 esperados por economistas, e a taxa de desemprego caiu inesperadamente de 3,9% para 3,7% em outubro.
Os salários por hora aumentaram 0,4% em relação ao mês anterior, mais do que o esperado e uma aceleração frente ao mês anterior. No entanto, a taxa de participação da força de trabalho também aumentou, para 62,8%, diminuindo a perspectiva de que um mercado de trabalho muito apertado possa prejudicar o progresso da luta do Fed contra a inflação.
Antes do relatório de empregos desta sexta-feira, operadores haviam colocado uma probabilidade de cerca de 60% no início dos cortes da taxa básica do Fed em março, mas, depois dos dados, reduzirem essa probabilidade para pouco menos de 50%, com a primeira redução sendo vista como mais provável de ocorrer em maio.
Outros cortes nos custos de empréstimos estão previstos para o restante de 2024, com a taxa de juros encerrando o ano na faixa de 4% a 4,25% conforme o Fed ajusta os custos dos empréstimos para baixo não como um antídoto a um mercado de trabalho mais fraco, mas para acompanhar o ritmo de um esperado arrefecimento contínuo da inflação.
"Mantemos nosso apelo para que o Fed comece a cortar a taxa básica em meados do ano, mas isso depende da continuidade da tendência de queda da inflação e de um enfraquecimento ainda maior da atividade econômica", escreveu a economista da Nationwide, Kathy Bostjancic, após o relatório.
Os formuladores de política monetária do Fed divulgarão suas próprias opiniões sobre o rumo que a economia, a inflação e juros tomarão no próximo ano quando encerrarem sua última reunião de 2023 na quarta-feira.
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