Bovespa fecha em forte baixa de 6,45% e recua 13,2% em cinco dias

Publicado em 21/11/2008 20:51

As ações da Petrobras desabaram nesta sexta-feira, arrastando a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para o seu quinto pregão consecutivo de perdas. Os investidores também descontaram nesta sexta-feira nos preços dos papéis o tombo histórico da Bolsa de Nova York, que recuou para o seu menor nível em cinco anos na jornada de ontem. O câmbio disparou e bateu R$ 2,45, avançando 8,3% na semana.

"Realmente, o mercado nem levou em conta [o anúncio das novas reservas]. O problema é que as notícias ruins estão superando com folga as notícias boas no mercado", comenta José Carlos Oliveira, operador da corretora Senso. "As ADRs [ações de empresas brasileiras negociadas no exterior] caíram muito lá fora entre o fechamento de quarta-feira e o pregão de ontem, e o mercado teve que ajustar os preços hoje", avalia.

O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 6,45% no fechamento, aos 31.250 pontos. O giro financeiro foi bastante baixo, como tem sido praxe nas últimas semanas: R$ 3,70 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, dispara 4,26%.

Hoje, a Petrobras anunciou a descoberta de reservas estimadas em 2 bilhões de barris de petróleo na camada do pré-sal no Espírito Santo. Analistas consideraram a notícia importante para a empresa, mas ressaltaram que, devido aos preços baixos da commodity no exterior, o anúncio teria pouco efeito sobre as ações. Foi o que ocorreu: os investidores miraram no curto prazo e venderam pesadamente os papéis da estatal petrolífera, arrastando a Bolsa brasileira no processo.

A ação preferencial, que sozinha movimentou R$ 723 milhões, amargou perdas de 8,70%, sendo cotada a R$. A ordinária, com giro menor, desabou 9,37%.

"O mercado desconsiderou totalmente a notícia. O problema é que nesta semana teve muito notícia negativa e os investidores estão histéricos, muito nervosos. As perspectivas para a economia pioraram e a tendência da Bolsa é de ladeira abaixo", comenta Ivanor Torres, analista da corretora Geral.

O dólar comercial foi negociado a R$ 2,458 para venda, em forte alta de 2,84%. A taxa de risco-país marca 539 pontos, número que ficou 3,4% abaixo da pontuação anterior.

Profissionais de corretoras de câmbio apontam que as perspectivas de mercado pioraram e já trabalham com uma taxa de R$ 2,50 no curto prazo.

Os investidores também repercutiram hoje a notícia sobre a aquisição do banco estadual Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, pela quantia de R$ 5,38 bilhões. A ação da Nossa Caixa foi uma das poucas que se salvaram da derrocada generalizada, valorizando 22,80%, enquanto o ativo do BB retrocedeu 14,33%. A ação do banco federal acompanhou a tendência comum dos papéis do setor bancário: a ação do Bradesco caiu 9,64%; a ação do Itaú perdeu 7,97%, enquanto a "unit" (recibo de ações) do Unibanco cedeu 9,12%.

A semana foi carregada de notícias bastante negativas para a economia global. O Japão se juntou a Alemanha e outras importantes economias européias e reconheceu que caiu em recessão a partir do terceiro trimestre deste ano. Nos EUA, país aonde se originou a crise financeira, as notícias não foram melhores: as montadoras estão em situação pré-falimentar e pedem ajuda para o governo, o que deixa o mercado nervoso devido à importância do setor automobilístico para a economia americana.

A perspectiva de que o Citigroup, um dos maiores grupos financeiros dos EUA, seja vendido, também assustou bastante os investidores, por mostrar que o quadro continua bastante complicado para o sistema bancário, mesmo após a injeção de bilhões de dólares pelo governo.



Fonte: Folha Online

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Fonte:
Folha Online

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