Dólar oscila pouco com Trump e venda de ações de tecnologia em foco
![]()
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta terça-feira, com os investidores exibindo cautela enquanto aguardam mais medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e observam os efeitos da venda global de ações de tecnologia após o surgimento de um novo modelo chinês de inteligência artificial.
Às 9h38, o dólar à vista caía 0,08%, a 5,9082 reais na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,33%, a 5,920 reais na venda.
O movimento modesto da divisa norte-americana acompanhava outros mercados emergentes, com o dólar quase na estabilidade ante o peso mexicano e o rand sul-africano, após as grandes oscilações do dia anterior.
Na segunda-feira, a ascensão de um modelo de IA de baixo custo, lançado pela startup chinesa DeepSeek, provocou uma enorme liquidação de ações de tecnologia e de ativos de maior risco no mundo, com investidores ponderando sobre a suposta dominância das empresas ocidentais no setor.
A notícia levou à busca por ativos seguros, como moedas fortes e títulos governamentais, gerando perdas em divisas emergentes, embora o real tenha escapado do movimento de fuga de risco em meio a um processo de correção de preços após a forte desvalorização no fim do ano passado.
Os mercados também voltaram a temer a imposição de tarifas globais pelo novo governo dos EUA, após um impasse entre o país e a Colômbia sobre a deportação de migrantes sem documentação quase conduzir ambos para um guerra comercial.
As atenções também se voltarão nesta semana para decisões de bancos centrais em todo o mundo, com destaque para as reuniões do Federal Reserve, do Banco Central do Brasil e do Banco Central Europeu.
Nos EUA, a expectativa é de que as autoridades mantenham a taxa de juros inalterada na quarta-feira, após terem reduzido os juros em 1 ponto percentual acumulado nos últimos três encontros.
O Comitê de Política Monetária (Copom), que também anuncia sua decisão na quarta, deve elevar a taxa Selic em 1 ponto, a 13,25% ao ano, como sinalizado no comunicado de sua reunião de dezembro.
"Esperamos que o comunicado (do Copom) reconheça a deterioração adicional observada das expectativas de inflação e possivelmente também a deterioração da inflação de serviços, mas também sinais emergentes de atividade real mais moderada", disseram analistas do Goldman Sachs em relatório.
Já o BCE deve reduzir os juros em 0,25 ponto, segundo as apostas de operadores, em meio a forte desaceleração da economia da zona do euro.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 107,960.
(Edição de Isabel Versiani e Camila Moreira)
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde