Montadoras têm melhor janeiro em produção no Brasil desde 2021
SÃO PAULO (Reuters) -A indústria brasileira de veículos produziu em janeiro o maior volume para o mês desde 2021, ficando em linha com expectativas do setor para o ano, afirmou nesta segunda-feira a associação de montadoras instaladas no país, Anfavea.
A produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no mês passado somou 175,5 mil unidades, crescimento de 15,1% sobre o desempenho de 2024.
O crescimento ocorreu em meio a uma expansão das vendas no mercado interno e das exportações na mesma comparação.
Os emplacamentos no Brasil em janeiro somaram 171,2 mil unidades, expansão anual de 6% e marcando o terceiro ano consecutivo de aumento de vendas no país para o mês. Já as exportações saltaram 52%, para 28,7 mil veículos, em meio a um fraco desempenho do setor no ano passado.
"A base de exportação é muito fraca porque janeiro de 2024 foi muito ruim para as exportações", disse o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, em entrevista a jornalistas.
"A novidade é que o mercado argentino cresceu em janeiro 103% sobre um ano antes... pode chegar a 550 mil a 600 mil unidades (este ano)", afirmou Leite, acrescentando que o mercado argentino -- o principal para as exportações brasileiras do setor -- teve vendas de apenas 300 mil unidades nos últimos anos.
A Anfavea estima alta de 5,6% nas vendas de veículos novos no Brasil este ano e crescimento de 6,8% na produção. Para as exportações, a previsão é de expansão de 6,2%.
GUERRA COMERCIAL
Segundo a entidade, as importações de veículos em janeiro somaram 39,3 mil unidades, expansão de quase 25% ante o mesmo mês de 2024. Isso levou a uma participação de 23% de veículos importados no total vendido no país em janeiro, a maior taxa desde março de 2012.
Leite afirmou que a Anfavea segue discutindo com o governo federal a antecipação da volta total do imposto de importação de 35% já neste primeiro trimestre. Pelas regras atuais, a taxação só deveria voltar aos 35% em julho de 2026.
Em parte devido a esse crescimento das importações, a participação dos veículos elétricos e híbridos no total de carros vendido no país chegou aos 10% pela primeira vez, segundo os dados Anfavea.
O total de veículos eletrificados -- híbridos e totalmente elétricos -- em janeiro foi de 16,5 mil unidades, acima das 12 mil de um ano antes. Em janeiro de 2024 a fatia do segmento no total emplacado era de 8%.
Questionado sobre o anúncio neste final de semana do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de sobretaxa de importação de 25% sobre aço, o presidente da Anfavea afirmou que o setor automotivo acompanha o assunto "com bastante cautela" e defendeu uma "aproximação da diplomacia brasileira com o governo" norte-americano e também com o argentino.
Em meio à guerra comercial retomada por Trump, as exportações de veículos do Brasil para o México caíram 80% em janeiro sobre um ano antes, para 778 unidades.
"Tivemos alguns produtos que são destinados para o México com produção mais restrita no final de 2024 e agora no início deste ano", disse Leite. "Mas também o próprio México está trabalhando bastante para abastecer seu próprio mercado local... O Brasil perdeu participação... por entrada de outros países no México", acrescentou.
A indústria brasileira de veículos terminou janeiro com 235,5 mil unidades em estoque -- entre montadoras e concessionárias -- praticamente estável ante dezembro e equivalente a 41 dias de vendas. O dado não inclui os veículos importados que aguardam em portos brasileiros liberação para comercialização no país.
(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Pedro Fonseca)
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