Inter vê desaceleração da atividade e reduz projeção de Selic terminal para 14,75%
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SÃO PAULO (Reuters) - Na contramão de algumas das maiores instituições financeiras do Brasil, o banco Inter reduziu para 14,75% sua projeção para a taxa Selic no fim do atual ciclo de altas, ante expectativa anterior de 15,00%, dando como justificativa os sinais de desaceleração da atividade e a acomodação do câmbio.
Em relatório a clientes, a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, afirma que a Selic, atualmente em 13,25%, deve subir mais 1 ponto percentual em março e 0,50 ponto em maio, encerrando o atual ciclo em 14,75%.
O Inter não descarta, no entanto, que o Banco Central eleve a Selic em 1 ponto percentual em março e já encerre o ciclo, com a taxa básica a 14,25%, caso haja uma desaceleração mais acentuada da atividade.
Números recentes têm de fato sugerido que pode estar em curso uma desaceleração da atividade no Brasil. Na terça-feira, dados do IBGE revelaram surpresas positivas no IPCA -- o índice oficial de inflação -- de janeiro, com desaceleração em núcleos e serviços subjacentes. Na quarta-feira números mostraram retração do setor de serviços em dezembro e na quinta revelaram uma queda inesperada do varejo no mesmo mês.
Outro fator de pressão inflacionária, o dólar já recuou mais de 6% ante o real em 2025.
A projeção do Inter de uma Selic terminal abaixo de 15% destoa dos cálculos mais recentes de outras instituições. O Itaú elevou em 20 de janeiro a projeção da Selic terminal de 15% para 15,75%, enquanto o Bradesco manteve em relatório de 5 de fevereiro o cálculo de 15,25% para a taxa básica no fim do ciclo.
INFLAÇÃO ACIMA DO TETO
Apesar de projetar uma Selic terminal menor, de 14,75%, o banco Inter elevou sua projeção de inflação em 2025 de 4,9% para 5,2% e em 2026 de 3,9% para 4,2%.
Em ambos os casos os percentuais projetados estão acima do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.
“A deterioração da inflação de serviços e a alta do câmbio devem manter o IPCA acima de 5% ao longo de 2025 com uma inércia maior para 2026, apesar do cenário mais restritivo da política monetária”, registrou o relatório.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), o Inter revisou a projeção de alta em 2025 de 1,7% para 1,5%, mantendo a estimativa de 2026 em 2,2%.
(Por Fabrício de Castro)
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