Atividade sobe mais que o esperado em março e fecha 1º tri com expansão de 1,3%, mostra BC
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Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) -A atividade econômica brasileira subiu mais do que o esperado em março e fechou o primeiro trimestre com crescimento graças ao impulso da agropecuária, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira, mesmo em um cenário de política monetária restritiva e expectativa de acomodação da economia.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou em março 0,8%, em dado dessazonalizado, informou o BC.
A leitura do mês ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%, e mostrou aceleração em relação à alta de 0,5% registrada em fevereiro, em dado revisado pelo BC de um crescimento de 0,4% informado antes.
Com isso, o índice encerrou o primeiro trimestre com expansão de 1,3% na comparação com os três meses anteriores.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,5%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,2%, de acordo com números não sazonalizados.
A abertura dos dados do BC mostra que o destaque no primeiro trimestre foi o IBC-Br da agropecuária, com crescimento de 6,1% sobre os três meses anteriores, em dado dessazonalisado. Analistas já esperavam um forte desempenho do setor no primeiro trimestre, com safras recordes.
Na mesma base de comparação, o índice da indústria teve expansão de 1,6%, enquanto o de serviços cresceu 0,7%. O IBC-Br excluindo agropecuária apresentou alta de 1,0%.
"A agricultura e agropecuária avançaram no primeiro trimestre devido à colheita recorde de soja", afirmou Rodolfo Margato, economista da XP. "Estimamos alta de 1,6% no primeiro trimestre na comparação trimestral, principalmente devido ao salto... no PIB da agricultura e pecuária."
Somente em março, os índices setoriais mostraram expansão de 1,0% da agropecuária, de 2,1% da indústria e de 0,3% de serviços.
Dados do IBGE mostraram que, no mês, a produção industrial cresceu no ritmo mais forte em nove meses, a 1,2%. As vendas no varejo avançaram 0,8%, enquanto o volume de serviços teve alta de 0,3%.
Analistas esperam uma acomodação do crescimento econômico ao longo deste ano, em meio a uma taxa de juros elevada e inflação persistente, o que afeta o consumo. No entanto, a força do setor agrícola deve ajudar a atividade no início do ano e sustentar o PIB. Pairam ainda as incertezas em torno da política tarifária dos Estados Unidos.
"Vale ressaltar que, apesar de alguns sinais de desaceleração da economia brasileira, em especial no setor de serviços, a atividade econômica ainda mostra resiliência, apoiada em um mercado de trabalho sólido e no elevado consumo das famílias, o que vêm mitigando os efeitos defasados da política monetária contracionista", destacou Rafael Perez, economista da Suno Research, calculando expansão de 1,3% do PIB no primeiro trimestre.
O BC elevou neste mês a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixou em aberto o que fará na reunião de junho.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,02%, indo a 1,70% em 2025.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
(Por Camila MoreiraEdição de Fernando Cardoso)
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