Fabricante de café Lavazza pede novo adiamento de lei da UE contra o desmatamento
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Por Nigel Hunt
LONDRES (Reuters) - A fabricante de café Lavazza pediu nesta quarta-feira que a lei contra o desmatamento da União Europeia seja adiada por mais um ano, dizendo que a entrada em vigor da legislação prejudicará os produtores da África e da América Central e elevará os preços.
A lei, que tem como objetivo acabar com o desmatamento alimentado pelo consumo da UE, exige que as empresas que importam produtos como soja, carne bovina, cacau, café e produtos relacionados provem que suas cadeias de suprimento não scontribuem para a destruição das florestas do mundo, sob pena de multas pesadas.
"Pedimos que a legislação, especialmente para o café, seja adiada por mais um ano", disse o presidente da Lavazza, Giuseppe Lavazza, a repórteres, durante participação em um evento em Londres.
Ele disse que o setor do cacau estava mais bem preparado do que o do café, pois tinha menos países produtores.
A lei pode ser potencialmente mais prejudicial para o mercado de café do que tarifas comerciais, disse o presidente da Lavazza, acrescentando que seria muito difícil para países como a Etiópia cumprir as novas regras devido à falta de clareza sobre a propriedade da terra.
O executivo fez eco a um apelo semelhante feito este mês pela Mondelez, controladora da fabricante de chocolates Cadbury.
No entanto, essas opiniões se chocam com empresas como a Nestlé, a maior fabricante de alimentos embalados do mundo, que escreveu para a Comissão Europeia na semana passada em apoio às regras de combate ao desmatamento. Um adiamento prejudicaria a credibilidade da União Europeia, disseram na carta, que foi vista pela Reuters, empresas como Nestlé, Ferrero e Danone.
"Qualquer adiamento ou enfraquecimento criaria um vácuo regulatório perigoso, representaria um retrocesso político e econômico e penalizaria as próprias empresas que há muito tempo investem em fornecimento responsável", disse a carta.
Grupos ambientais também se opõem aos esforços para adiar ou enfraquecer a legislação.
"Reabrir a lei agora seria catastrófico para a reputação da União Europeia como parceira comercial e seria um sinal desastroso no período que antecede a COP30 no Brasil", disse Hannah Mowat, coordenadora de campanhas da Fern.
A União Europeia já adiou a implantação da lei em um ano, para dezembro de 2025, após reclamações de parceiros comerciais, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, e afrouxou algumas regras após críticas do setor.
(Reportagem adicional de Kate Abnett, em Bruxelas, e May Angel, em Londres)
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