Ibovespa recua com Ambev em destaque; Bradesco sobe
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, com Ambev na ponta negativa, com queda de quase 6% após balanço trimestral, enquanto Embraer figurava na ponta positiva, ainda embalada pelo alívio com a exclusão de aeronaves e algumas peças de decreto dos Estados Unidos aumentando tarifas comerciais para o Brasil.
Por volta de 12h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,94%, a 132.733,95 pontos. O volume financeiro somava R$7,3 bilhões.
Investidores ainda repercutiam nessa sessão o anúncio sobre tarifas feito pelos Estados Unidos na véspera, que excluiu vários produtos, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que o governo brasileiro vai recorrer e que o plano de contingência será recalibrado.
Também no radar no noticiário doméstico estava a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de quarta-feira de interromper o ciclo de alta nos juros básicos ao manter a Selic em 15% ao ano, mas ressaltando que antecipa uma manutenção da taxa por período bastante prolongado.
Do exterior, também ocupavam as atenções dados mostrando que a atividade industrial da China encolheu pelo quarto mês consecutivo em julho, enquanto Pequim prometeu maiores esforços para melhorar a eficácia das políticas macroeconômicas e atingir sua meta de crescimento econômico para o ano.
De acordo com o analista técnico Gilberto Coelho, da XP Investimentos, o Ibovespa fechou em alta na véspera superando a máxima anterior favorecendo a retomada da tendência altista definida pela média de 200 dias.
"Acima dos 134.400 pode buscar os 136.000 ou 141.400 em teste de topo. O sinal de baixa de curto prazo seria retomado na perda dos 131.500 pontos", afirmou, em relatório enviado a clientes, no qual acrescentou que o índice de força relativa (IFR) segue favorecendo repiques de alta.
DESTAQUES
- AMBEV ON recuava 5,93%, mesmo após crescimento de 13,8% no lucro do segundo trimestre, para R$2,79 bilhões, e anúncio de distribuição de dividendos R$2 bilhões, com o balanço mostrando queda de 4,5% no volume de vendas.
- EMBRAER ON avançava 5,51%, retomando o patamar dos R$80, após decreto sobre tarifas norte-americanas maiores para o Brasil excluir aeronaves e peças. Na véspera, os papéis já haviam fechado com salto de quase 11%.
- BRADESCO PN subia 0,19%, em meio à repercussão positiva do resultado do banco no segundo trimestre, com lucro líquido de R$6,1 bilhões. O CEO também destacou em coletiva que a carteira de crédito do banco está "absolutamente" segura.
- ITAÚ PN cedia 0,57%, acompanhado por BANCO DO BRASIL ON, em queda de 0,95% e SANTANDER BRASIL UNIT, com declínio de 0,98%.
- VALE ON perdia 1,37% acompanhando o declínio dos futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 2,38%.
- CSN ON recuava 1,51%, após divulgar que reduziu sua participação na rival Usiminas para 7,92% do capital social após vendas de ações da companhia na véspera. USIMINAS PNA avançava 3,62%.
- PETROBRAS PN caía 0,55%, em dia de declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent era negociado em baixa de 0,82%.
- MINERVA ON cedia 3,09%, uma vez que a lista de exceções no plano tarifário dos EUA para o Brasil não incluiu carnes. MARFRIG ON era transacionada em queda de 4,38% e BRF ON perdia 2,54%.
(Por Paula Arend Laier, edição Michael Susin)
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