Governadores republicanos enviam Guarda Nacional para Washington em apoio a Trump
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Por Joseph Ax
(Reuters) - Centenas de soldados adicionais da Guarda Nacional dirigem-se para Washington, D.C., vindos de meia dúzia de Estados liderados por republicanos, reforçando a iniciativa agressiva do presidente Donald Trump de inundar a cidade com soldados e agentes federais no que ele diz ser um esforço para combater crimes violentos.
Os governadores republicanos do Mississippi, Louisiana e Tennessee concordaram em enviar tropas para Washington, dias depois de governadores republicanos da Virgínia Ocidental, Carolina do Sul e Ohio fazerem o mesmo a pedido do governo Trump.
Trump caracterizou Washington como dominada pela violência e pela falta de moradia, descrição rejeitada pelas autoridades locais. Estatísticas federais e municipais mostram que os índices de crimes violentos caíram drasticamente desde um pico em 2023, embora a taxa de homicídios da cidade continue mais alta do que a maioria das outras grandes cidades dos EUA.
Trump anunciou em 11 de agosto que havia enviado 800 soldados da Guarda para a cidade e assumido temporariamente o controle do departamento de polícia da cidade, um exercício extraordinário do poder presidencial sobre a capital dos EUA. O governo federal também enviou integrantes de diversas agências, incluindo o FBI, para patrulhar as ruas da cidade.
Após uma contestação legal apresentada pelo procurador-geral da cidade, o governo negociou um acordo com a prefeita Muriel Bowser para manter a chefe de polícia Pamela Smith no comando das operações do departamento.
O governador da Louisiana, Jeff Landry, afirmou que aprovou o envio de cerca de 135 soldados da Guarda para Washington, enquanto o governador do Mississippi, Tate Reeves, anunciou o envio de 200 soldados para a capital. O governador do Tennessee, Bill Lee, também encaminhou 160 soldados da Guarda para a cidade, segundo a mídia local.
"O crime está fora de controle lá, e está claro que algo deve ser feito para combatê-lo", disse Reeves em um comunicado.
No total, os seis Estados republicanos anunciaram o envio de mais de 1.100 soldados da Guarda para Washington.
TESTANDO OS LIMITES
Os soldados da Guarda, a maioria dos quais com empregos civis e servidores em tempo parcial, geralmente respondem a desastres naturais e outras emergências. Embora a Guarda Nacional em Washington se reporte ao presidente, os governadores normalmente controlam a Guarda em seus próprios Estados.
Trump testou essa autoridade em junho, quando ordenou que milhares de integrantes da Guarda Nacional e fuzileiros navais da ativa entrassem em Los Angeles diante da intensificação dos protestos contra as batidas contra a imigração de seu governo. A mobilização ocorreu apesar da oposição do governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom.
Um juiz federal em São Francisco avalia se as ações de Trump em Los Angeles foram ilegais, após a Califórnia processar o governo.
A lei federal geralmente proíbe o uso de militares na aplicação da lei, mas há exceções, inclusive para as tropas da Guarda Nacional sob o comando do Estado, como a da Califórnia.
Em 2020, durante o primeiro governo de Trump, a Casa Branca solicitou tropas da Guarda de vários Estados para ajudar a restaurar a ordem em Washington após protestos por justiça racial. O então procurador-geral Bill Barr disse que a Guarda Nacional permaneceu sob o comando do Estado e foi usada para proteger prédios e funcionários federais.
Mesmo assim, Barr disse que suas funções incluiriam o controle de multidões, a detenção temporária de pessoas e a realização de buscas "superficiais", atividades geralmente associadas à polícia.
Críticos alertam que a experiência de 2020 em Washington pode abrir caminho para o presidente usar tropas armadas contra civis.
Trump sugeriu que poderia ter como alvo outras cidades lideradas por democratas, embora provavelmente enfrentasse mais obstáculos legais do que em Washington, onde o governo federal ainda tem prerrogativas, de acordo com a lei.
Um funcionário da Casa Branca disse nesta terça-feira que as tropas da Guarda em Washington podem portar armas, mas não estão efetuando prisões. Em vez disso, os soldados estão protegendo a propriedade federal e proporcionando "um ambiente seguro para que os agentes da lei efetuem prisões".
Cerca de 465 prisões foram realizadas nos 12 dias desde o início das operações do governo Trump, escreveu nesta terça-feira no X a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, uma média de 39 prisões por dia. O Departamento de Polícia Metropolitana da cidade prendeu uma média de 61 adultos e jovens por dia em 2024, de acordo com as estatísticas da cidade.
(Reportagem de Joseph Ax; reportagem adicional de Tom Hals)
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