Ibovespa renova máximas e flerta com 149 mil pontos puxado por Vale e bancos

Publicado em 29/10/2025 17:03 e atualizado em 29/10/2025 19:31

Logotipo Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa renovou máximas históricas nesta quarta-feira, ultrapassando os 149 mil pontos pela primeira vez no melhor momento, em desempenho puxado principalmente por Vale e bancos e referendado por decisão de juros do Federal Reserve.

O banco central norte-americano correspondeu às expectativas e realizou mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da maior economia do mundo, para a faixa de 3,75% a 4%.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,82%, a 148.632,93 pontos, após marcar 149.067,16 pontos na máxima e 147.429,63 na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$23,85 bilhões.

Além do corte de juros, o Fed anunciou que reiniciará compras limitadas de Treasuries após os mercados monetários mostrarem sinais de que a liquidez estava se tornando escassa, uma condição que a autoridade se comprometeu a evitar.

Na entrevista coletiva que se seguiu ao anúncio da decisão, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que autoridades do BC norte-americano estão lutando para chegar a um consenso sobre os próximos passos e que os mercados não devem presumir outro corte no final do ano.

Em Wall Street, o S&P 500 renovou teto intradia, encostando em 7 mil pontos, mas acabou fechando estável, após sinalização mais cautelosa de Powell sobre a decisão de política monetária de dezembro.

De acordo com o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, não houve surpresa com a decisão do Fed, mas os comentários de Powell dissuadindo expectativas de que mais um corte em dezembro está garantido foram recebidos de forma negativa pelo mercado.

"Ainda acreditamos que um corte de 0,25 (p.p.) é o mais provável, mas temos que reconhecer que Powell fez tudo o que pode para dizer que nada está garantido", observou.

"De um lado, ainda não está clara a magnitude do esfriamento no mercado de trabalho. De outro, não sabemos se os impactos do tarifaço vão eventualmente impactar a trajetória da inflação de forma mais contundente."

Para completar, afirmou Igliori, tudo indica que as discordâncias entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed adicionam uma camada de incerteza sobre as perspectivas para a continuidade da política monetária nos EUA.

Na decisão anunciada nesta quarta-feira, o diretor Stephen Miran pediu novamente uma redução mais profunda nos custos dos empréstimos e o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, defendeu nenhum corte, dado o patamar atual de inflação.

 

DESTAQUES

- VALE ON avançou 1,82%, acompanhando os futuros do minério de ferro na China, em meio ao otimismo sobre um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo, tendo no radar encontro previsto para a quinta-feira entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping. O contrato de minério mais negociado em Dalian subiu 1,96%.

- BRADESCO PN avançou 3,23% antes da divulgação do resultado trimestral após o fechamento. ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 2,23% e BANCO DO BRASIL ON subiu 1,24%, com dados de crédito do Banco Central e eventual reversão de restrições envolvendo o saque-aniversário do FGTS também no radar. BTG PACTUAL UNIT subiu 3,36%.

- SANTANDER BRASIL UNIT subiu 1,6% após balanço do terceiro trimestre, com lucro líquido gerencial de R$4,01 bilhões, melhor que o previsto por analistas. O presidente-executivo, Mario Leão, afirmou que o banco segue focado em atingir rentabilidade sobre o patrimônio de 20% no médio prazo, após encerrar o trimestre com 17,5%.

- HYPERA ON fechou em alta de 4,84% após reportar lucro de operações continuadas de R$453,9 milhões no terceiro trimestre, acima das previsões no mercado. A farmacêutica disse que está otimista em conseguir obter aprovação para venda de medicamentos emagrecedores baseados em semaglutida logo depois da queda da patente no Brasil, prevista para março de 2026.

- PETROBRAS PN encerrou com variação de apenas 0,1%, apesar da alta do petróleo no exterior, onde o barril do contrato Brent subiu 0,81%. A estatal está em negociações com a SBM Offshore sobre duas unidades flutuantes de produção (FPSOs) que a empresa pretende encomendar para seus projetos em águas profundas em Sergipe.

- MBRF ON caiu 7,84%, após disparar nos últimos dois pregões com acordo envolvendo fundo soberano da Arábia Saudita. No setor, MINERVA ON recuou 2,96% e JBS, que é listada nos EUA, perdeu 1,44%.

- EMBRAER ON fechou em baixa de 1,52%, um dia após renovar máximas históricas, aproximando-se dos R$90, vindo de quatro pregões seguidos de alta. No ano, a ação da fabricante de aviões ainda acumula uma valorização de quase 57%.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário