Dólar perde força e se reaproxima da estabilidade no Brasil
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO, 18 Dez (Reuters) - O dólar perdeu força e se reaproximou da estabilidade ante o real, em sintonia com a melhora dos ativos brasileiros entre o fim da manhã e o início da tarde, após declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçarem que a decisão sobre a Selic em janeiro ainda não está tomada.
Às 13h39, o dólar à vista caía 0,15%, aos R$5,5139 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,14%, aos R$5,5255.
Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou em alta de 1,07%, aos R$5,5223, influenciado novamente por preocupações em torno da candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência em 2026.
Na manhã desta quinta-feira, uma pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026, enquanto Flávio tem desempenho melhor que o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas simulações de primeiro turno.
No cenário em que tanto Flávio quanto Tarcísio aparecem como candidatos, Lula lidera com 47,9% das intenções de voto, o senador soma 21,3% e o governador de São Paulo tem 15%. A margem de erro é de 1 ponto percentual.
As atenções se voltaram também para o Relatório de Política Monetária, no qual o Banco Central indicou que projeta uma inflação em 12 meses de 3,2% no terceiro trimestre de 2027 -- ainda um pouco acima do centro da meta contínua perseguida pela instituição, de 3%.
O terceiro trimestre de 2027 passou a ser considerado pelo mercado como um período chave, já que se torna a referência para o horizonte relevante da política monetária na reunião de janeiro do BC.
Durante coletiva de imprensa sobre o relatório, porém, tanto Galípolo quanto o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, pontuaram que as projeções são embutidas de incerteza e que há limitações para elas em um horizonte de 18 meses.
Sobre isso, Guillen reforçou a ideia, já contida no comunicado da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o BC mira "o redor da meta" de inflação.
Galípolo também disse que a autarquia segue dependente de dados e que "não há portas fechadas" nem "setas dadas" para as decisões de política monetária.
"Agentes estão tentando achar dica em texto que não dá dica", afirmou Galípolo. "Não decidimos o que vamos fazer nem na reunião de janeiro nem na de março nem nas próximas. Não queríamos comunicar o que vamos fazer porque não decidimos o que vamos fazer", reforçou.
Em meio aos comentários de Galípolo, o dólar se reaproximou da estabilidade, em movimento ajudado ainda pela perda de força da moeda norte-americana no exterior.
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