Dólar fecha a R$ 1,74, menor taxa desde janeiro; Bovespa avança 0,46%

Publicado em 14/04/2010 17:08

A taxa de câmbio brasileira cedeu pelo quinto dia consecutivo, recuando para o seu menor nível em mais de três meses. Não passou incólume pelo mercado o fato de que a cotação da moeda americana tenha passado boa parte do dia em R$ 1,74, valor que gerou apreensão e provocou uma ação mais expressiva das autoridades econômicas no final do ano passado.

Hoje, pelo contrário, a oscilação das taxas foi considerada "pífia", entre a máxima de R$ 1,751 e a mínima de R$ 1,742, sem provocar uma corrida pelo dólar a esses preços, como em outras ocasiões.

No final do dia, agentes de mercado acertaram negócios com a moeda pelo valor de R$ 1,749, em um recuo de 0,51% sobre fechamento de ontem.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,850, em baixa de 1,06%.

O dia foi particularmente positivo para as Bolsas de Valores, com lucros acima do previsto de grandes empresas americanas (JP Morgan e Intel) e indicadores melhores do que o esperado nos EUA. No front doméstico, o Banco Central informou que o fluxo cambial do país foi positivo em US$ 153 milhões na primeira semana de abril. No acumulado de 2010, o saldo é de US$ 2,943 bilhões.

Para Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso, a movimentação dos países europeus para ajudar a Grécia contribuiu para que o dólar chegasse a esse patamar. "A novela da Grécia já começou a tomar algum rumo. Já tem a ajuda da União Europeia e do FMI. O país colocou US$ 1,5 bilhão e o mercado absorveu tudo", comenta. "Acho que muita gente que vendeu dólar porque rifou o euro no pior momento da crise grega, vai começar a voltar para a moeda europeia", acrescenta.

Em termos de fatores domésticos, Galhardo destaca a perspectiva de que os juros básicos subam ainda neste mês. "Não sei se vai aumentar 0,25, se vai ser 0,50 ou 0,75 ponto percentual, mas com certeza vai ter que subir", afirma, refletindo a opinião predominante no mercado, "com isso, aumenta o interesse do investidor estrangeiro em trazer dólares para o país".

Ele lembra ainda que a previsão de novos IPOs (ofertas de ações), que sempre costumam atrair capital estrangeiro, a exemplo do Banco do Brasil, que anunciou hoje a intenção de captar quase R$ 9 bilhões na Bolsa de Valores.

Juros futuros

No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas voltaram a subir nos contratos mais negociados.

Analistas destacaram o forte incremento das vendas do varejista (1,6%) em fevereiro, conforme captado pelo IBGE, bem acima do consenso de mercado (0,6%). O Copom volta a se reunir nos dias 27 e 28 de abril.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista subiu de 10,10% para 10,17%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 10,57% para 10,66%. No contrato de janeiro de 2012, a taxa prevista ascendeu de 11,80 para 11,89%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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