Dólar fecha a R$ 1,76; Bovespa perde 2,57%
Uma escalada de tensão levou a taxa de câmbio brasileira de volta ao patamar de R$ 1,76 na sessão desta terça-feira, após o dia relativamente morno de ontem.
O acordo entre a União Europeia e o FMI para ajudar a Grécia, e a disposição desse país em acessar os recursos oferecidos, tudo isto trouxe muito pouco alívio aos mercados, num cenário em que a nação grega tem pouco tempo e muitos bilhões de euros em dívidas a vencer.
Nesse contexto, o nervosismo dos agentes financeiros com a situação grega galgou novos patamares em reação a duas notícias bastante desfavoráveis: primeiro, o aviso da Eurostat de que deve rever para cima a projeção do deficit fiscal desse país em 2009, batendo a casa dos 14% (do PIB local). Segundo, a iniciativa da agência de classificação de risco Standard & Poor's em rebaixar o "rating", para o nível de grau especulativo, onde se encontram os países vistos como "maus pagadores" e que, portanto, precisam pagar juros mais altos levantar recursos no mercado internacional.
Nesse cenário, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,767 (alta de 1,26%) nas últimas operações registradas nesta terça-feira, depois de oscilar entre o valor máximo de R$ 1,773 e o mínimo de R$ 1,751.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,870, em um acréscimo de 1,08%.
Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) amarga perdas de 2,57%, aos 67.102 pontos. O giro financeiro é de R$ 7,38 bilhões. A Bolsa de Nova York cai 1,34%.
Juros futuros
No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas apresentaram tendências distintas nos contratos de maior volume financeiro.
O Comitê de Política Monetária, que decide a taxa de juros básica do país (hoje em 8,75% ao ano), inicia hoje sua reunião de dois dias. Economistas do setor financeiro estão divididos entre um ajuste para 9,25% ou 9,50%.
No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista foi mantida em 10,31% ao ano; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada cedeu de 10,87% para 10,85%. E no contrato de janeiro de 2012, a taxa prevista subiu de 12,16% para 12,19%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.