Dólar fecha a R$ 1,85 em dia turbulento; Bovespa cai 2,35% por causa da crise na Europa
Em um dia de extremo nervosismo por conta da crise grega, a taxa de câmbio brasileira oscilou bruscamente, batendo o seu maior nível desde 8 de fevereiro. O dólar comercial oscilou entre o valor máximo de R$ 1,898 e o mínimo de R$ 1,796, encerrando o dia a R$ 1,851, o que representa um avanço de 2,94% sobre a taxa final de ontem.
Desde a sessão de 3 de janeiro de 2009 os agentes financeiros não viam uma variação tão forte num fechamento.
Ainda operando, a Bovespa sofre perdas de 2,35%, aos 63.389 pontos. O giro financeiro é de R$ 9,83 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cede 3,06%.
O Parlamento grego aprovou o programa para reduzir o deficit fiscal nos próximos três anos, condição para que o país receba a ajuda de ajuda de 110 bilhões de euros. As dúvidas do mercdo sobre a capacidade da Grécia em cumprir esse programa, e a perspectiva de que outros países também exponham problemas semelhantes levou os investidores por todo mundo a fugir do euro e dos ativos de maior risco para os habituais "portos seguros": dólar.
"O que aconteceu hoje é que todo mundo vendeu 'Europa' e comprou 'Estados Unidos', quer dizer, os títulos do Tesouro americano. Os 'treasuries' têm considerados como 100% recebíveis e isso que as pessoas quere agora", comenta Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso.
Galhardo atribui as violentas oscilações de hoje ao uma estratégia que o mercado chama de "stop loss". Quando ativos financeiros caem até um determinado valor, agentes financeiros optam por limitar os prejuízos de qualquer maneira, a qulaquer preço. "Nós vimos hoje uma zeragem geral de posições, que pode continuar amanhã. Acho que muita gente ainda ficou de fora e pode zerar também suas aplicações na sexta. Nós podemos ter mais dias voláteis", acrescenta.