Vitória de Serra ou de Dilma não significa redução da violência no campo

Publicado em 27/07/2010 07:34 e atualizado em 27/07/2010 08:50
José Serra (PSDB) tem razão quando sugere que o número de invasões de terra deve crescer diante de um governo de Dilma Rousseff (PT). Mas o tucano omite um também provável acirramento da violência no campo caso seja eleito em outubro.

Os governos de FHC (de 1995 a 2002) e de Lula, desde 2003, servem para desmistificar um pouco o papel dos governantes nessas ações e ajudam a antever o que fará o MST a partir de 2011.

Além da injeção de recursos dos petistas e da repressão dos tucanos, há outros fatores que influenciam a dinâmica do movimento.

Sob a gestão tucana, o MST invadiu fazendas pelo país afora, entrou na propriedade dos filhos do presidente, promoveu marchas a Brasília, gritou "fora, FHC" e se projetou com o massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 de seus integrantes foram assassinados pela PM do Pará em abril de 1996.

Diante desse cenário, enquanto o Lula candidato repetia ser o único capaz de conter os sem-terra, a impressão era que o MST atingia o auge de seu fôlego no final dos anos FHC. Engano.

Com a eleição de Lula, em 2002, houve uma corrida de sem-terra aos acampamentos, com a expectativa (não confirmada) de uma breve e ampla reforma agrária.

Em seis meses, o número de famílias acampadas avançou de 60 mil para 200 mil.

Resultado: nos três primeiros anos de Lula, o número de invasões superou em 55% o dos três últimos de FHC.

Assim, sob Serra, é possível projetar menos invasões -por conta do aumento da repressão e da redução dos repasses de recursos federais- e mais conflitos entre sem-terra e Planalto.

Sob Dilma, o cenário provável é de mais invasões, diálogo com o Planalto e violência entre MST e fazendeiros.

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Fonte:
Folha de São Paulo

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