Vitória de Serra ou de Dilma não significa redução da violência no campo
Os governos de FHC (de 1995 a 2002) e de Lula, desde 2003, servem para desmistificar um pouco o papel dos governantes nessas ações e ajudam a antever o que fará o MST a partir de 2011.
Além da injeção de recursos dos petistas e da repressão dos tucanos, há outros fatores que influenciam a dinâmica do movimento.
Sob a gestão tucana, o MST invadiu fazendas pelo país afora, entrou na propriedade dos filhos do presidente, promoveu marchas a Brasília, gritou "fora, FHC" e se projetou com o massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 de seus integrantes foram assassinados pela PM do Pará em abril de 1996.
Diante desse cenário, enquanto o Lula candidato repetia ser o único capaz de conter os sem-terra, a impressão era que o MST atingia o auge de seu fôlego no final dos anos FHC. Engano.
Com a eleição de Lula, em 2002, houve uma corrida de sem-terra aos acampamentos, com a expectativa (não confirmada) de uma breve e ampla reforma agrária.
Em seis meses, o número de famílias acampadas avançou de 60 mil para 200 mil.
Resultado: nos três primeiros anos de Lula, o número de invasões superou em 55% o dos três últimos de FHC.
Assim, sob Serra, é possível projetar menos invasões -por conta do aumento da repressão e da redução dos repasses de recursos federais- e mais conflitos entre sem-terra e Planalto.
Sob Dilma, o cenário provável é de mais invasões, diálogo com o Planalto e violência entre MST e fazendeiros.