Ajuda à Irlanda deve ficar em 85 bilhões de euros, diz imprensa local
Segundo a rádio e televisão pública RTE e o jornal "Irish Times", os bancos irlandeses aumentarão suas reservas de capital, atualmente de 8%, a um mínimo de 10,5% ou até mesmo 12%, graças aos recursos concedidos pela UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) que pretendem tranquilizar os mercados sobre a saúde do sistema bancário do país.
A UE e o FMI aceitaram no domingo o princípio de uma solicitação de ajuda financeira a Dublín, sem revelar o valor, mas fontes diplomáticas informaram que a quantia deve ficar entre 80 e 90 bilhões de euros.
A Irlanda será o segundo país da zona do euro a receber este ano o respaldo dos sócios, depois da Grécia.
Além da recapitalização dos bancos, o restante do plano de resgate será destinado aos gastos diários do Estado, que precisa atualmente de 19 bilhões de euros (US$ 25,45 bilhões) para os gastos correntes.
De acordo com o "Irish Times", o governo deve impor em contrapartida uma taxa aos bancos, cujo endividamento excessivo provocou a crise orçamentária irlandesa e provoca o temor de um contágio ao conjunto da zona do euro.
CRISE NA IRLANDA
A Irlanda enfrenta este ano um grande deficit público de 32% do PIB (Produto Interno Bruto), uma consequência do custo das ajudas governamentais ao setor bancário, muito afetado pela crise financeira internacional.
Para reduzir o deficit à meta europeia de menos de 3% até 2014, o governo prevê para os próximos quatro anos uma economia de 15 bilhões de euros (US$ 20,66 bilhões), começando pelo orçamento de 2011, que inclui um pacote de austeridade de seis bilhões de euros. Mas como o governo de Brian Cowen tem maioria parlamentar frágil, analistas temem um veto.
O governo trabalha este fim de semana com a UE e o FMI na elaboração de um plano de reestruturação de seu sistema bancário, já que os 30 bilhões já injetados pelo Estado nas entidades desde o começo da crise em 2008 não gerou confiança nos mercados internacionais.
Suas estimativas sobre a fatura final do resgate bancário, que o Executivo fixou em 50 bilhões de euros, também ficaram obsoletas, por isso é difícil colocar um número final no pacote de ajudas da UE, embora os números rondem os 100 bilhões de euros.