BC confirma intervenção de US$1 bi no mercado futuro

Publicado em 14/01/2011 06:35
O Banco Central reforçará na sexta-feira a intervenção no câmbio, atuando no mercado futuro com a oferta de até 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial reverso.

A medida se encaixa dentro dos esforços do governo para frear a valorização do real com objetivo de proteger as exportações do país. No domingo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que o mercado poderia esperar ações no mercado futuro.

Na segunda-feira, ele declarou que uma eventual oferta de swap cambial reverso não incorreria em perdas para o governo porque as autoridades têm "certeza" de que não haverá valorização do real.

O swap cambial reverso é um derivativo oferecido pelo BC que funciona como uma compra futura de dólares pela autoridade monetária. Com a operação, o BC paga ao mercado um rendimento em juros e recebe em troca a variação cambial do período de duração do contrato.

"No curtíssimo prazo tem uma pressão de valorização da moeda norte-americana ou de depreciação do real. Mas isso não necessariamente muda a tendência", disse Flavio Serrano, economista sênior do Espírito Santo Investment Bank. "O governo vem colocando várias medidas e não tem tido nenhum impacto significativo na cotação da moeda."

O instrumento foi usado pelo BC pela primeira vez em fevereiro de 2005, com o objetivo então de acelerar a redução da exposição cambial do governo. As operações caíram em desuso após a crise financeira global, em 2008, e o último leilão de swap reverso foi feito em maio de 2009.

Desde junho daquele ano, o BC mantinha posição neutra em swaps e a única intervenção direta ocorria no mercado à vista, por meio da compra diária de dólares em leilões.

Em julho, diante da queda do dólar e do aumento da taxa local de juros em dólares --o chamado cupom cambial--, o BC promoveu uma consulta informal com as instituições financeiras para verificar a demanda por swaps reversos.

Serão ofertados nesta sexta-feira três vencimentos: até 3 mil contratos com prazo para abril de 2011, até 7 mil contratos com vencimento em julho de 2011 e até 10 mil papéis para janeiro de 2012.

A operação será realizada entre 12h e 12h30, com resultado a partir das 12h45.

Nesta quinta-feira, o dólar caiu 0,48 por cento, para 1,669 real. Na BM&FBovespa, o FRA (forward rate agreement) de cupom cambial com vencimento mais curto fechou em alta a 2,09 por cento.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Quanto mais baixo o valor, maior número de dólares são obtidos com as exportações. Nosso Governo está obcecado em chegar a 2014 como 5ª Economia Mundial, para tanto o PIB (em dólares) tem que crescer. O brasileiro "senta" em cima do saco de soja e quer R$ 50,00 e o chinês que quiser comprá-lo que traga os dólares necessários para arranjar os R$ 50,00 e assim é com um monte de artigos. Diante desta obsessão vocês acham que alguém do Governo está preocupado em elevar o câmbio para R$ 2,00 ou 2,50? Enganam-se todos que pensam que as exportações "aumentariam" se o dólar fôsse R$ 2,00 [Do couro sai a correia... esta é antiga!!!]

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