Líbia: Trípoli se prepara para protestos anti-Gaddafi
"Nós não temos armas. Iremos à mesquita e depois diremos que Gaddafi precisa sair", disse Mohammed, um morador do bairro de Tajoura, onde ocorreram confrontos na semana passada. "Eles (milícias pró-Gaddafi) vão atacar."
Uma testemunha disse que muitas ruas de Tajoura foram bloqueadas, e que soldados e veículos blindados estão estacionados por todo o bairro. Havia também homens à paisana armados com fuzis Kalashnikov, disse a testemunha.
As autoridades estavam impedindo a imprensa estrangeira de informar de maneira independente a respeito dos protestos em Trípoli, principal reduto de Gaddafi em meio a uma rebelião que já conquistou enormes áreas do país.
Seguranças obstruíram a passagem quando jornalistas, incluindo repórteres da Reuters, tentaram sair do seu hotel para ir a bairros que devem ter protestos contra Gaddafi.
Funcionários públicos mais tarde permitiram a saída da imprensa, desde que em ônibus com motoristas do governo, indo a locais escolhidos pelas autoridades.
Rebeldes contrários a Gaddafi, há 41 anos no poder, já dominam todo o leste do país e várias cidades em outras regiões. Na capital, no entanto, o regime tenta passar uma aparência de normalidade.
Vários moradores de Trípoli disseram estar planejando protestos ao final da importante prece de sexta-feira, por volta de 10h (hora de Brasília). Eles relatam que milicianos governistas armados já estão percorrendo as ruas em carros civis, com lenços encobrindo seu rosto.