Premiê chinês diz que é preciso equilibrar inflação e emprego

Publicado em 14/03/2011 14:06
A China enfrenta um equilíbrio difícil entre criar empregos e esfriar a inflação, disse o primeiro-ministro, Wen Jiabao, nesta segunda-feira, negando que seu país enfrente o tipo de insurgência visto em partes do Oriente Médio.

No entanto, Wen advertiu que a reforma do governo do Partido Comunista precisa ser compatível com o crescimento econômico para evitar descontentamentos sobre corrupção e desigualdade de renda, fatores que podem gerar insatisfação popular e instabilidade.

Ele disse que o primeiro semestre de 2011 será difícil para a segunda maior economia do mundo, com políticas monetárias afrouxadas em outros países, altos preços de commodities e salários elevados na China impulsionando a inflação.

"A inflação é como um tigre. Se você o liberta, é muito difícil enjaulá-lo novamente", disse Wen a jornalistas no final da sessão anual do Parlamento, que aprovou o próximo plano quinquenal de desenvolvimento chinês.

Wen culpou fatores além do alcance do país como as principais causas da inflação na China. Os preços do petróleo, que dispararam após revoltas populares no Oriente Médio e no norte da África, e a política de estímulos monetários de alguns países também são culpados, segundo Wen, em um golpe velado aos Estados Unidos.

"A inflação importada está tendo um grande impacto na China, e isso é algo que nós não podemos controlar facilmente", disse ele.

Reforma política
A corrupção no governo e a desigualdade de renda diminuem a popularidade do Partido Comunista, e Wen defendeu ajustes políticos rigidamente controlados. "Sem reforma do sistema político, a reforma econômica não terá sucesso e os progressos que fizemos na reforma econômica podem ser perdidos", disse Wen, que construiu uma imagem mais simpática que outros líderes chineses, pedindo por uma liberalização política.

Mas Wen alertou que o Partido Comunista manterá o controle sob quaisquer reformas e que a China não seguirá o padrão de Tunísia, Egito e outros países árabes, onde insurgências populares derrubaram governos autoritários. "Qualquer esforço para comparar a China aos países no oeste da Ásia e do norte da África que viveram conflitos políticos é incorreto", disse Wen.

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Fonte:
Reuters

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