Nova explosão atinge complexo nuclear no Japão
As autoridades do complexo Fukushima Daiichi, danificado na sexta-feira depois do terremoto seguido de tsunami, estão tentando evitar o colapso de todos os três reatores nucleares da usina, enchendo os reservatórios com água marinha para resfriá-los.
A agência de notícias Jiji citou autoridades dizendo que os níveis de radiação em todo o complexo logo após a explosão, a terceira no local, estavam aumentando, mas ainda abaixo dos níveis considerados prejudiciais aos seres humanos. No entanto, pediram a alguns funcionários que deixassem o local.
"Foi uma explosão de hidrogênio. Ainda estamos avaliando a causa e não estamos seguros se a explosão foi causada pelo dano ao reservatório de supressão", disse à Reuters um funcionário da agência de segurança.
A agência Jiji informou que a nova explosão causou estragos no teto do superaquecido reator número 2 e que há fumaça saindo do complexo.
Em duas ocasiões anteriores foram registradas explosões de hidrogênio que desprenderam partes do telhado da instalação, mas sem prejudicar as barras do reator, segundo autoridades. Não havia informações imediatas sobre danos nesta terceira explosão.
A Jiji informou que saía vapor do teto do reator número 3 e que foram identificados danos no teto do reator número 4.
A empresa que opera a usina, Tokyo Electric Power, não estava imediatamente disponível para disponibilizar informações sobre o reator número 2, disse a Jiji.
O operador disse que os níveis de radiação na região subiram para 8.217 microsieverts por hora quase uma hora depois da explosão, diante dos cerca de 1.000 microsieverts momentos antes.
As autoridades japonesas disseram que os níveis teriam que chegar a 1 milhão ou mais antes de causar doenças em grande escala pela radiação.
Japão: entenda a situação das usinas nucleares após o terremoto
Na última sexta-feira, dia 11 de março, o Japão foi atingido por um terremoto de 9 pontos na escala Richter - segundo medição feita pela agência meteorológica japonesa (8,9, segundo os EUA), o maior da história do Japão. O fenômeno provocou um tsunami que deixou um saldo de milhares de mortos. O tremor e a inundação deixaram um rastro de destruição no país, além de colocar em perigo a integridade das diversas usinas nucleares responsáveis por gerar a energia elétrica. Foram registradas duas explosões na usina Fukushima Daiichi, provocadas por problemas de resfriamento e mais de 180 mil pessoas foram evacuadas de áreas próximas às instalações nucleares. Veja a situação de cada uma delas:
Fukushima Daiichi
Foram registradas duas explosões na usina de Fukushima Daiichi: no reator 1, no sábado (12), e outra no reator 3, na segunda-feira(14), que deixou ao menos seis feridos. No sábado foi dispersado vapor para amenizar a pressão dentro do reator 1, além da contaminação por Césio 137 e Iodo 131 nos arredores da usina. O incidente foi classificado como de nível 4, em uma escala de 7.
Moradores em um raio de 10 km foram evacuados. Após a explosão, a evacuação de se estendeu a 20 km. No domingo (13), foi liberado vapor para controlar a pressão na unidade 3, mas problemas no resfriamento ocasionaram o acúmulo de hidrogênio, o que teria ocasionado a explosão.
Na unidade 3, o fornecimento de energia para controlar o aquecimento é feito por meio de geradores. O sistema de injeção de alta pressão e outras tentativas de resfriamento falharam. A partir de então, foi iniciada a injeção de água do mar e do elemento químico boro. Os níveis de água estavam estáveis, mas não aumentaram no reator, mas a razão ainda era desconhecida. Para diminuir a pressão, no domingo (13) foi iniciado o procedimento de liberação de pressão para amenizar a concentração de hidrogênio. O prédio está intacto na parte exterior.
Na segunda-feira (14), as autoridades japonesas informaram que a unidade 1 está sendo alimentada por geradores e que o resfriamento do reator está sendo feito com água do mar e boro. Por causa da explosão de sábado, a parte de fora do prédio foi destruída.
Na unidade 2 da Fukushima, o fornecimento de energia é o mesmo da unidade 1, e o resfriamento do núcleo do reator está sendo feito por meio de isolamento de calor. O nível de água é menor, mas está estável. A parte de fora do reator está intacta.
A usina Fukushima Daiichim, localizada na cidade de Naraha, foi a primeira a apresentar problemas após o terremoto ocorrido na sexta-feira (11). O sistema de resfriamento alimentado por geradores a diesel haviam sido danificados pela inundação do tsunami, e até agora são utilizados geradores auxiliares. Três reatores funcionavam no momento do acidente.
Fukushima Daini
Os moradores em um raio de três quilômetros foram evacuados e as pessoas que vivem em um raio de 10 km foram orientadas a permanecerem dentro de suas casas. Após a explosão na Fukushima Daiichi, a evacuação aumentou para um raio de 10 km. No domingo (13), foi erroneamente divulgada a emissão de vapor na Daini. O único incidente foi relacionado à morte de um operário foi um acidente com um guindaste, que deixou outros quatro feridos.
Segundo o relatório mais recente, divulgado nesta segunda-feira (14), todas as unidades estavam sobre controle e os trabalhadores usam resíduos removedores de calor capara controlar a temperatura.
Onagawa
Ainda na sexta-feira (11), as autoridades japonesas relataram um incêndio na usina de Onagawa, mas não foi reportada a emissão de radiação. No domingo (13) foi relatado o mais baixo estado de emergência na usina, mas as autoridades informaram que a situação dos três reatores estava sob controle. O alerta foi emitido porque os níveis de radiação haviam excedidos os níveis aceitáveis, mas as autoridades investigavam a origem. Mais tarde, o alerta foi revogado já que os níveis de radiação haviam sido reduzidos.
Tokai
A usina, localizada na província de Ibaraki, foi desligada na sexta-feira (11), mas não foi reportada a emissão de radiação. No domingo (13) foram reportados problemas no sistema de refrigeração.
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