Brasil quer exportar carne de porco e frutas para a China, diz porta-voz

Publicado em 06/04/2011 07:58
Em viagem à China, Dilma vai defender 'reciprocidade' comercial.Presidente viaja para o país asiático na próxima sexta-feira.
Na viagem que fará à China na próxima sexta-feira (8), a presidente Dilma Rousseff vai pedir “reciprocidade” no acesso de produtos brasileiros ao mercado do país asiático, informou nesta terça (5) o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena. Segundo ele, o Brasil quer diversificar a exportação e aumentar a participação de empresas brasileiras na China.

“Estamos trabalhando para diversificar a pauta de exportações. Queremos agregar valor aos nossos produtos. Queremos reciprocidade, isto é, aumentar o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês e a participação das nossas empresas no desenvolvimento nacional chinês”, disse.

De acordo com Baena, um dos focos será aumentar a exportação de carne de porco e frutas. “Houve avanços no mercado de carne bovina, de carne de frango, e esperamos abrir o mercado chinês para outros produtos, como carne de porco, frutas e outros.”

O porta-voz afirmou que a pauta de respeito aos direitos humanos não deve ser tratada diretamente durante as reuniões bilaterais de Dilma com autoridades chinesas. “O Brasil prefere tratar a questão dos direitos humanos em ambientes bilaterais, no âmbito da Organização das Nações Unidas, embora seja um tema de muita relevância para nós”, disse.

Cronograma
Dilma embarca para Pequim na próxima sexta (8) e chega ao país asiático na segunda-feira (11). No dia seguinte, ela participa da cerimônia de abertura do “Diálogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência, Tecnologia e Inovação”. No final da manhã, ela faz o discurso de encerramento do seminário “Diálogo Brasil-China para Além da Complementaridade”.

De tarde, Dilma se reúne com o presidente o Hu Jintao. Segundo o porta-voz, serão assinados acordos nas áreas de ciência e tecnologia, inovação, recursos hídricos e educação. Por volta de 20h (horário local), o presidente chinês oferece um banquete em homenagem a Dilma.

No dia 13 de abril, ela se encontra com o presidente do parlamento chinês, a Assembleia Popular Nacional Chinesa, Wu Bangguo, e com o primeiro-ministro do país asiático, Wen Jiabao. No mesmo dia, ela parte para Sanya, onde será realizada a cúpula dos Bric, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China.

Exportador de carne suína espera abertura da China

Em quatro anos, o Brasil poderá alcançar uma exportação de 200 mil toneladas de carne suína para a China, o maior produtor e consumidor desse item no mundo. A previsão é de Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), que embarcou ontem ao país para participar das reuniões com membros do governo da China sobre a abertura daquele mercado à carne suína brasileira.

Essas reuniões antecederão a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, a partir do dia 11. A expectativa é que a presidente anuncie durante a visita a abertura do mercado chinês ao produto brasileiro.

Segundo Camargo Neto, o relatório da missão chinesa que veio ao Brasil inspecionar áreas de produção e fábricas, no fim do ano passado, é favorável, apesar de os chineses pedirem ajustes em temas como rastreabilidade.

De 26 estabelecimentos de carne suína que buscam habilitação para vender à China, a missão visitou 13. "Acho que podemos vender 30% a 50% do que a China importa", afirmou o dirigente. Ele observou que os volumes importados pelos chineses flutuam muito. O país, que produz impressionantes 50 milhões de toneladas de carne suína por ano, importou 700 mil toneladas em 2008 e 350 mil no ano passado.

Para se ter uma ideia da importância do mercado chinês, em 2010, o Brasil exportou 540 mil toneladas para seus clientes.

A expectativa, conforme Camargo Neto, é que o número de unidades habilitadas a exportar carne suína à China, após a aprovação, cresça de forma gradativa, como ocorreu no caso do frango.

Ele disse que o setor ainda não foi notificado pela Federação Agrária Argentina que defende cotas para a carne suína brasileira entrar no país. "Perto das 300 mil toneladas que a Argentina produz, nossa exportação é uma gota d'água", disse. Em 2010, o Brasil vendeu 35,3 mil toneladas aos argentinos, 23,8% mais que no ano anterior. "Eles têm o milho mais barato do mundo. Têm de aumentar a produtividade", disparou.

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Fonte:
G1.com + Valor Econômico

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