Para Marina Silva, denúncia contra ela é "cortina de fumaça" para não se debater o Código Florestal

Publicado em 12/05/2011 17:23
A ex-senadora Marina Silva (PT-AC) chamou a imprensa para uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (12) para esclarecer as denúncias que foram feitas na noite de ontem pelo relator do projeto do novo Código Florestal, o deputado federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que chamou o marido dela, Fabio Lima, de “fraudador de contrabando de madeira”.

“Eu estou aqui para dizer que este tipo de atitude não vai nos intimidar, não vamos permitir que isso seja uma ‘cortina de fumaça’ para sair do debate que interessa: que são os retrocessos promovidos na legislação ambiental brasileira”, justificou  a ex-ministra do Meio Ambiente.

Segundo Marina Silva, a fala de Rebelo se refere às acusações contra o marido dela em 2004 - período em que ocupava o cargo de ministra do governo de Luiz Inácio Lula da Silva - e promovera em parceria com o IBAMA(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), a Polícia Federal e o ministério Desenvolvimento Agrário em uma ação para combater a grilagem na Amazônia.

De acordo com ela, o trabalho resultou na prisão de 725 pessoas, na apreensão de 1 milhão de m3 de madeira, na aplicação de R$ 4 bilhões em multas e na extinção de 37 mil propriedades de grilagem na região Norte.

“Naquele momento, veio uma fúria contra a minha equipe e contra a mim mesmo e dossiês apócrifos, denúncias vazias, calúnias ficavam o tempo todo sendo entregues à imprensa e a parlamentares”, lembrou.  As denúncias voltaram a ser citadas no ano passado, durante a campanha eleitoral, quando a ex-senadora saiu candidata à presidência da República.

Ainda, em 2004, o então deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) encaminhou um requerimento ao então líder do governo da Casa, Aldo Rebelo, para que o marido de Marina Silva prestasse depoimentos sobre o suposto envolvimento em uma denúncia de fraudes no IBAMA. Rebelo rejeitou o pedido.

“Até ontem eu imaginava que o encaminhamento feito pelo líder do governo para que não se fizesse aquela injustiça [chamá-lo para depor na Câmara] era pelo seu convencimento da justeza da causa. Se foi pela justeza da causa, não há porque me cobrar absolutamente nada, se não tinha o convencimento, não tinha encaminhado a suspensão do pedido que estava sendo feito por aquelas pessoas que, de forma injusta e intimidatória, queriam promover uma injustiça para tisnar a minha honra e da minha gestão”, afirmou Marina.

Ontem, Rebelo relembrou do caso em plenário- durante a tentativa de votação do novo código, do qual é relator - após se enfurecer ao ver o comentário da ex-parlamentar no Twitter.

“A fala infeliz do deputado Paulo Teixeira [de que o relator alterou o texto em relação ao acordado] deu razão para a ex-senadora Marina Silva, que postou em seu Twitter que eu fraudei o texto. Quem fraudou, quem contrabandeou madeira, foi o marido da senadora.", disse Rebelo, que falou ainda que o “defendeu quando líder do governo”.

Procurado pelo UOL Notícias, Rebelo não retornou os contatos para comentar a possível estratégia de tentar adiar o debate sobre o código florestal atacando a ex-senadora.

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Fonte:
UOL Notícias

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