Plano Agrícola 2011/2012 frustra entidades agrícolas do Paraná

Publicado em 20/06/2011 07:45
Na contramão das declarações do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que considerou inovador o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 anunciado na sexta-feira (17), as entidades que representam o setor no Paraná se mostraram bastante frustradas com o teor do que foi anunciado. Em linhas gerais, as críticas convergem contra o excesso de burocracia no acesso ao crédito, bem como a unificação do limite de custeio, em R$ 650 mil, independentemente da cultura. Outro agravante se refere ao Seguro Agrícola, ou melhor, a falta de qualquer explicação sobre como ele será operacionalizado neste ano.

Para o economista do Departamento Técnico/Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, tanto o Plano Safra quanto o Plano Agrícola estão em um nível de esgotamento, sobretudo, por terem se configurado em ações políticas. “Eles foram transformados em eventos e a efetividade dos programas foi comprometida. Uma das demandas da Faep, de transformar a vigência do plano para um período de cinco anos, a fim de poupar o produtor da saga da documentação para se habilitar ao crédito, nem é levada em conta. Isso somado ao excesso de burocracia restringe o acesso ao crédito ofertado. Tanto que há programas que não chegam nem a 50% de contratação”, observa Loyola.

“O principal problema do plano é a dificuldade de acesso ao crédito somada as garantias requeridas”, acrescenta o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. Na análise de Turra, plantio e produção vão aumentar na próxima safra devido aos bons preços pagos pelo mercado. “O Plano Safra e o Plano Agrícola, especialmente no Paraná, não terão influência nenhuma sobre o crescimento do plantio e da produção. O plano em si é desanimador”, define.

Um dos aspectos do plano que mais causaram descontentamento foi a unificação do limite de custeio em R$ 650 mil. “O milho já contava com isso e com a vantagem do produtor acessar o crédito de outra cultura. Agora, porém, R$ 650 mil é o teto, independentemente de quais culturas se pretende plantar”, conta Turra. Tal medida atinge diretamente o Paraná, já que o Mato Grosso não possui safra verão de milho. “No Paraná, o produtor terá que optar se o crédito vai para a soja ou para o milho”, acrescenta. O economista da Faep, Pedro Loyola, ressalta que o montante anunciado para custeio consegue suprir o custo do plantio de uma propriedade de 400 hectares, no caso dos grãos. “Os grãos demandam de mais investimentos do que batata ou laranja. E, no Estado, os grãos respondem por 70% das nossas exportações”.

Quanto ao seguro agrícola, tanto Faep quanto Ocepar, mostram-se completamente insatisfeitas com o descaso do governo Federal. “Em qualquer País, o governo divide ou banca integralmente o seguro devido ao alto risco a qual a agricultura está exposta. No Brasil, o programa existe aos trancos e barrancos. Desde outubro o governo não paga a sua parte, o que dificulta ainda mais a liberação do seguro para os produtores”, conta Loyola.

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Fonte:
O Estado do Paraná

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3 comentários

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr.João Olivi, de um governo que não tem PROJETO ! ... não podemos exigir POLITICA ! ... o que temos é “MANCADAS “ ... de “ PATO MANCO !! “. .... “ E VAMOS EM FRENTE ! ! ! “ ....

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  • Elízio Carlos Cotrim Uberaba - MG

    A assessoria do MAPA deu uma tremenda bola fora, ou não sabem fazer conta ou então estão querendo tapar o sol com a peneira! A conta é muito simples, na safra anterior você podia tomar R$ 650.000,00 para milho e mais 500.000 para soja, total de R$ 1.150.000,00. Claramente há uma redução do crédito de custeio da ordem de 40%. Todos concordam que as lavouras de soja e milho são as mais importantes e responsáveis pelo maior volume de financiamento de custeio do país. Não estou vendo onde está a melhora! Ou tô errado!!!

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    No dia do lançamento do Plano Safra 11/12 eu havia escrito na entrevista do Pres. da FAEG: Prezado José Mário, poucos viram o engôdo, a propaganda FALSA, o Governo se vangloriando do aumento de até 225% no limite de crédito mas os jornalistas comeram môsca e muitos dirigentes também. Unificação do limite para R$ 650 mil como diz no item 2.2 na página 30 do Plano, fez foi REDUZIR o valor financiável. Antes o mesmo produtor não podia acumular custeio de milho, soja, feijão, arroz etc.... e a soma não ultrapassava 650 mil? Será este o dito exaltado estímulo ao Produtor Médio? Numa média de financiamento em torno de R$ 1.805,00 de custeio por hectare, este elogiado montante serve para financiar apenas 360 hectares de cada produtor. Deste jeito vai sobrar mais verba do que no ano passado e este anúncio de 123 bilhões terá sido mais uma vez, a "lá PT" apenas para impressionar.

    Comentário referente a notícia: Faeg critica limite de crédito a produtor

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=91002

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