Tombini passa "tranquilidade" a parlamentares da base sobre a crise
"Ele foi completamente otimista. Mostrou que o Brasil está muito bem preparado para enfrentar a crise", disse o parlamentar. Conforme Portela, Tombini destacou que esse preparo permitirá ao país continuar crescendo, com geração de emprego e inflação sob controle. O presidente do BC mostrou-se otimista inclusive quanto ao surgimento de condições para que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros "no futuro", contou o deputado. Hoje, a meta de taxa Selic está em 12,5% ao ano.
Auxiliares de Alexandre Tombini informaram que o diagnóstico passado por ele foi praticamente o mesmo apresentado na semana passada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), durante um seminário sobre justiça fiscal. O único dado novo, que só reforçou a avaliação, foi a taxa de expansão da economia alemã, que veio abaixo do esperado. No seminário, o presidente do BC já havia dito que a crise fiscal nos países ricos fará com que o mundo passe um bom tempo com baixo crescimento econômico. O Brasil, no entanto, crescerá a taxas maiores do que a média mundial.
Tombini destacou, na conversa com os parlamentares, que o nível das reservas cambiais oficiais atualmente (US$ 351,78 bilhões em 15 de agosto) é muito superior ao de setembro de 2008, que na época já foi suficiente para injetar liquidez em moeda estrangeira nos bancos do país e manter linhas de financiamento a exportações. Em 15 de setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers quebrou espalhando a crise bancária americana para o resto do mundo, as reservas brasileiras eram de aproximadamente US$ 207,5 bilhões.
O nível dos recolhimentos compulsórios dos bancos ao BC também foi citado como fator que tornou o Brasil mais preparado do que estava em 2008. Essa reserva de liquidez do sistema financeiro nacional pulou de US$ 239 bilhões (agosto de 2008) para R$ 418,5 bilhões (junho 2011), mostrando robusta capacidade de atender a uma eventual e não esperada corrida por saques de depósitos.
A reunião durou 45 minutos. Estavam presentes, além de Portela, os deputados Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara; Ratinho Junior (PR), líder do PSC, Jovair Arantes (GO), líder do PTB; e Eduardo Cunha (RJ), vice-líder do PMDB. Também participou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado.