Aversão a risco dispara e Ibovespa abre pregão com queda de 3%

Publicado em 22/09/2011 11:04
Um clima de histeria toma conta dos mercados financeiros globais nesta manhã, com forte aversão a risco. Na cola do front externo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recua pelo quarto dia seguido. As preocupações com a economia americana se acentuaram após a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o medo de uma nova recessão no país volta à tona.

As bolsas europeias, que estavam fechadas no momento da decisão do Fed, desabam nesta manhã e são acompanhadas de perto pelas outras praças acionárias.

No Brasil, o Ibovespa já recuou mais de 3% nesta sessão e ficou a um passo de perder os 54 mil pontos.

Por volta das 10h30, o índice cedia 2,91%, aos 54.354 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato futuro, com vencimento em outubro, caía 2,90%, aos 54.550 pontos.

Entre os ativos de maior peso, Petrobras PN caía 2,37%, a R$ 20,11; Vale PN perdia 3,13%, a R$ 42,09; OGX Petróleo ON cedia 3,06%, a R$ 12,02; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 3,22%, a R$ 27,95; e BM&FBovespa ON se depreciava em 3,20%, a R$ 9,07.

Em Wall Street, o Dow Jones declinava 2,88% na abertura, o S&P 500 caía 2,66% e o Nasdaq recuava 2,75%.

Ontem, o Ibovespa caiu 0,70%, ficando em 55.981 pontos. No mercado americano, o índice Dow Jones recuou 2,49%, aos 11.124,84 pontos, enquanto o Nasdaq diminuiu 2,01%, aos 2.538,19 pontos, e o S&P 500 teve baixa de 2,94%, aos 1.166,76 pontos.

A decisão do Fed de reativar a chamada “operação Twist”, com a troca de alguns títulos em seu portfólio, não conseguiu estancar o pessimismo com mercado. Sem “dinheiro novo” na economia, a instituição vai comprar US$ 400 bilhões com vencimento entre 6 anos e 30 anos e venderá igual quantidade de títulos com vencimento de até 3 anos. Desta forma, o banco central americano pretende reduzir os juros de longo prazo e estimular o consumo e o investimento no país.

O operador da mesa institucional da corretora Renascença Luiz Roberto Monteiro assinala que o alerta de maior degradação da economia americana pesou sobre os mercados e os agentes estão em busca de ativos mais seguros, como o dólar.

No Brasil, a moeda americana já subiu quase 5%, mas a alta perdeu força após anúncio de swap cambial tradicional pelo Banco Central.

Além disso, o setor financeiro volta ao foco. Ontem, a Moody’s cortou a nota de três dos principais bancos americanos - Bank of America (BofA), Wells Fargo e Citigroup – e e Standard & Poor's rebaixou as notas de instituições financeiras italianas como Intesa Sanpaolo e Mediobanca.

Para agravar este quadro, o dado preliminar sobre a atividade manufatureira na China (o PMI, na sigla em inglês) mostrou recuo em setembro, indicando que o crescimento na segunda maior economia do mundo continua a desacelerar.

O índice preliminar dos gerentes de compras na China, medido pelo HSBC, caiu para 49,4 em setembro, ante 49,9 referente ao dado final do mês de agosto. Leituras abaixo de 50 indicam contração em relação ao mês anterior.

Na zona do euro, as encomendas à indústria ainda  caíram 2,1% em julho na comparação com junho, a maior queda nessa base de comparação desde a de 4% registrada em setembro de 2010. Ante julho do ano passado, as encomendas aumentaram 8,4%, a menor alta anual desde novembro de 2009.

O dado de encomendas, divulgado pela Eurostat, é uma espécie de indicador antecedente da atividade industrial, já que dá uma ideia do nível dos negócios que virão.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Comércio mostrou que o número de pedidos de seguro-desemprego caiu em 9 mil na semana terminada dia 17, para 423 mil, informou o do país. O total da semana anterior foi revisado em alta, dos 428 mil anunciados originalmente para 432 mil.

A agenda do dia ainda conta com dados de confiança do consumidor na métrica do Conference Board e com o índice de indicadores antecedentes de agosto.

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Fonte:
Valor Econômico

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