BC espera nova queda nas projeções de crescimento países europeus
Ele lembrou que nos últimos meses as previsões já tinham caído, o que foi levado em conta na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa básica de juros, de 12,5% para 12% ao ano, no fim de agosto. Apesar da demanda interna ainda estar “robusta”, o PIB brasileiro crescerá menos por causa sobretudo da situação internacional, tornando o ambiente favorável à desaceleração de preços.
A deterioração do cenário externo, diz o relatório, “ afeta negativamente as perspectivas de crescimento da economia doméstica e, por extensão, a dinâmica do preços” Nesse contexto, as exportações são direta e negativamente afetadas pela pesperctiva de desaceleração da economia mundial, que resulta em menor volume de comércio".
O cenário central continua sendo de crescimento mundial baixo por período prolongado, “mas sem ruptura dos mercados globais como houve em 2008”, disse Carlos Hamilton, numa alusão à quebra de instituições financeiras e à crise de liquidez .
O BC avalia que a situação internacional contribui para conter o preço das commodities, com reflexo na inflação brasileira. Mas não descarta “novas ações monetárias não convencionais” por parte de economias maduras. Essas ações, que foram principalmente de socorro de liquidez aos bancos em 2008 e 2009, foram vistas como elemento de pressão de alta sobre as commodities em 2010, destacou o diretor.
A desaceleração econômica provocará queda da inflação não só no Brasil. “Há uma tendência desinflacionaria geral para 2012”, disse Carlos Hamilton, lembrando que a grande maioria dos países relevantes para avaliação do cenário internacional experimentou aumento de inflação em 2010 e 2011.