No G1: Fitch rebaixa notas de risco de Itália e Espanha

Publicado em 07/10/2011 14:04
Moody's e Standard&Poor's já haviam reduzido rating da Itália. Agência justifica ação por intensificação da crise na zona do euro.
A agência de classificação de risco Fitch anunciou nesta sexta-feira (7) que reduziu as notas das dívidas da Itália e da Espanha. O rating da dívida de longo prazo da Itália foi rebaixado em um nível, de "AA-" para "A+". Já a nota da Espanha foi reduzida de "AA+" para "AA-", uma baixa de dois "degraus" na classificação de risco. A perspectiva de ambas é negativa, o que significa que as notas podem sofrer novo rebaixamento.

O corte na nota da Itália, segundo a Fitch, reflete a intensificação da crise na zona do euro, que "constitui um choque financeiro e econômico significante, que enfraqueceu o perfil da dívida soberana da Itália".

Em relação à Espanha, a Fitch aponta que o rebaixamento também vem relacionado à piora da crise europeia e aos crescentes riscos surgidos do fraco desempenho fiscal de algumas regiões do país, bem como à redução das perspectivas de crescimento da economia espanhola no médio prazo.

"Uma solução crível e ampla para a crise é politica e tecnicamente complexa, e levará tempo para que seja implementada e ganhe a confiança dos investidores. Nesse intervalo, a crise impactou adversamente a estabilidade financeira e as perspectivas de crescimento da região", diz a agência em nota.

Nesta semana, a Moody's já reduzira a nota da Itália. E em setembro, a Standard&Poor's também já havia reduzido a nota de crédito da Itália, de "A+" para "A".

Entenda a avaliação de risco de investimento
A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.

A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão.

Os ratings de crédito são utilizados por investidores como indicação da probabilidade de receberem seu capital aplicado de volta, segundo os termos acordados na ocasião da realização do investimento.

Mesmo com a redução nas notas, os papeis da Espanha e Itália seguem classificados com grau de investimento, com qualidade alta e baixo risco. "AA-", a nota atribuída à dívida da Espanha, é o quarto "degrau" mais alto do ranking da Fitch. Já a nota italiana, "A+", é o quinto degrau. A nota do Brasil, "BBB", por sua vez, está abaixo, no nono nível.

No Valor: Bolsas europeias fecham no azul, antes de Fitch cortar ratings

As bolsas europeias encerraram a semana em alta, ajudadas pelo dado de emprego dos Estados Unidos, que veio melhor do que o esperado pelos analistas. Os mercados locais já haviam fechado quando a Fitch anunciou o corte dos ratings da Espanha e da Itália, citando a piora da crise na região.

Pela primeira vez nesta semana, o foco dos investidores se deslocou da Europa para os EUA, onde foram criados 103 mil vagas de trabalho em setembro, bem acima dos 60 mil esperados. A taxa de desemprego, por sua vez, repetiu o nível de 9,1% registrado em agosto e julho, em linha com a estimativa de analistas.

Os resultados dos dois meses anteriores foram revisados em um total de 99 mil vagas a mais do que o originalmente divulgado, passando a mostrar a criação de 57 mil postos de trabalho em agosto e 127 mil em julho.

Outro dado positivo do dia foi a produção industrial da Alemanha, que recuou 1% em agosto na comparação com julho, menos que a queda de 2% esperada por analistas. O resultado reverte parte do forte ganho mensal de 3,9% registrado em julho e representa uma alta de 7,7% na comparação com agosto do ano passado.

As especulações sobre uma saída para a crise europeia continuaram hoje, mas em menor intensidade. A chanceler alemã Angela Merkel disse que os bancos da Europa devem tentar primeiro levantar recursos no setor privado antes de buscar apoio dos governos para impulsionar seu colchão de liquidez contra potenciais perdas com a crise da dívida soberana europeia.

O próximo encontro dos 27 líderes do bloco europeu deve enviar um "sinal" com relação à recapitalização coordenada do setor bancário da Europa para garantir que "a economia real continue funcionando", disse Merkel em Berlim.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,23%, aos 5.303 pontos; em Paris, o CAC 40 avançou 0,66%, para 3.095 pontos; e em Frankfurt, o DAX registrou avanço de 0,54%, para 5.675 pontos.

O setor bancário registrou baixas em Portugal e no Reino Unido após a Moody’s reduzir a nota das instituições. No caso de Portugal, a mudança reflete a redução da nota soberana, enquanto no Reino Unido, a Moody’s acredita que diminuiu a probabilidade de o governo da região fornecer apoio futuro para os bancos se for necessário.

Banco Comercial Português perdeu 3,9%, Banco Espírito Santo caiu 1%, Lloyds recuou 3,4% e RBS fechou em baixa de 3%.

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Fonte:
G1 + Valor Online

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