Líderes da Suiá Missú são presos pela PF nesta manhã. 4 já estão na cadeia

Publicado em 07/08/2014 10:21 e atualizado em 07/08/2014 11:42
Pelo menos quatro pessoas foram presas. Sebastão Prado foi tirado de sua casa, em Goiania. Advogados dos ex-produtores vê ação policial como arbitrária. PF caça os restantes

Já são mais de seis mandados de prisão cumpridos por agentes da Polícia Federal, um deles aconteceu em Goiânia, onde mora o Presidente da APROSUM – Associação dos Produtores Rurais da Suiá Missú. Em entrevista exclusiva ao Agência da Notícia a esposa de Sebastião Prado, Nailza Bispo contou chorando que a Polícia Federal chegou ao apartamento por volta das 07:00 hs da manhã, quatro policiais reviraram toda a casa em busca de provas que pudessem incriminar Sebastião Prado. Além de levar o presidente preso, eles levaram também um computador. “Foi uma cena horrível que eu nunca esperei viver, eles entraram era sete horas da manhã, eu ainda estava de camisola, os policiais pegaram meu celular, nos deixaram incomunicáveis, e levaram o Tião. Isso é perseguição política, nós somos produtores que estamos reivindicando nossos direitos, somente isso”, disse Nailza Bispo.

No mandado cumprido pela Polícia Federal, os crimes listados pela Justiça são: Associação criminosa; furto; sequestro e cárcere privado; roubo e incêndio.

De acordo com o advogado dos ex-produtores José Genilson Brayner, são seis mandados de prisão que estão sendo cumpridos pela Polícia Federal, os crimes relacionados dizem respeitos as ações dos ex-produtores desde 2012 na tentativa de não perderem a área de terra. Ele caracterizou a ação da Polícia Federal como arbitrária. “É totalmente arbitraria, não justifica a Justiça mandar prender essas pessoas como se elas fossem bandidas. Eles já perderam tudo e agora ainda são presos. Além dos danos materiais ainda há o dano emocional”, argumentou o advogado. 

Na lista da Polícia Federal estão os nomes de Sebastião Prado que é o atual presidente da Aprosum, que foi preso hoje de manhã em seu apartamento em Goiânia. O vereador Nivaldo Oliveira também foi preso em Alto Boa Vista hoje de manhã, João Ribeiro Camelo que mora atualmente em Canabrava do Norte também foi preso, Elias Alves Gabriel conhecido como Teté e o ex Presidente da Aprosum Renato Teodoro também estão na lista dos mandados de prisão, mas o advogado não confirmou se eles foram presos, já que Renato Teodoro estaria em viagem. 

Existe ainda uma outra lista de nomes que estão sendo convocados pela Polícia Federal para depor, sendo a vice Prefeita da Alto Boa Vista Irene Maria Rocha Santos, conhecida como Irmã Irene e seu esposo Josenil Moreira dos Santos conhecido como Benil. Roberto Soares Filho, conhecido como Papagaio e que gerenciava o Posto da Mata, Willian Oliveira da Silva, Elias Moreira Rocha, Gilberto Luiz de Rezende, José Antônio da Silva, e Antônio Mamed popularmente conhecido como Alemão. 

O mandado de prisão foi expedido pelo Juiz Federal Augusto Moreira Lima da Sub Sessão Judiciária de Barra do Garças. 

O Agência da Notícia tentou contato com a Polícia Federal em Barra do Garças, mas não fomos atendidos.
O caso deve repercutir inclusive no Canal Rural, durante o Programa Mercado e CIA apresentado pelo Jornalista João Batista. 

A qualquer momento mais informações.

Atualizada às 10:00

Neste exato momento a Polícia Federal cumpre mandados de prisão no município de Alto Boa Vista, os mandados estão sendo cumpridos contras ex-moradores da antiga Gleba Suiá Missu, cerca de 5 pessoas já estariam presas.

A Polícia Federal não divulgou quantos agentes estariam na região e não divulgou o motivo das prisões que acontecem contra os ex-produtores.

Um dos presos foi o vereador de Alto Boa Vista e também ex morador da região da Suiá Missú Nivaldo Oliveira. Segundo informações extra oficiais, as prisões seriam resultado de uma ação movida pelo então procurador da Republica Pedro Taques que pedia a reintegração de posse das terras ocupadas pelos produtores para os índios Xavantes.

A desintrusão da Suiá Missú aconteceu no final de 2012, cerca de 7 mil pessoas foram retiradas das terras, sem nenhum direito e nem acompanhamento dos Direitos Humanos.

Mais informações em instantes! (por Camila Navelaiko, da Agencias de Notícias/MT)

Atualizada às 08: 33

No Blog Questão Indígena: Polícia Federal prende líderes dos agricultores expulsos da Suiá-Missu (Marãiwatsédé)

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje uma operação para prisão de líderes dos agricultores expulsos da antiga Fazenda Suiá-Missu. Prisões foram efetuadas no município de Alto Boa Vista e em Goiânia. Um dos presos é o atual presidente da Associação dos Produtores Rurais da Suiá-Missu, Sebastião Ferreira Prado. O vereador de Alto Boa Vista e também ex produtor rural da Suiá Missú, Nivaldo Levino de Oliveira, também está preso junto com outras três pessoas.

A Polícia Federal não divulgou quantos agentes estariam na região e não divulgou ainda o motivo das prisões.

No último mês de julho o Secretário Geral da Presidência da República mencionou durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados que a PF estaria preparando uma operação para prisão de alguns líderes que teria incitado os agricultores a resistir à operação de limpeza ética da área demarcada pela Funai.

Entenda o caso

No final de 2012 a Secretaria Geral da Presidência da República iniciou uma grande operação de expurgo étnico no nordeste do Mato Grosso. O objetivo da operação era retirar todas as pessoas que não tivessem etnia xavante de uma área de 165 mil hectares demarcada pela Funai na região.

O local estava ocupada por mais de 6 mil pessoas que tentaram, de forma precária, resistir à megaoperação do Governo. As pessoas que estão sendo presas hoje são consideras líderes desse movimento de resistência. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Agência da Notícia/MT

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário