Grãos: Mercado inicia semana com perdas acentuadas em Chicago

Publicado em 13/08/2012 10:32
A semana começa com as cotações dos grãos pressionadas no mercado internacional. Os futuros da soja, do milho e do trigo realizam lucros nesta segunda-feira (13) depois, segundo o analista de mercado Bruno Perotoni, depois de os últimos dados apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já estarem precificados. 

O analista, porém, confirma e ratifica a presença ainda muito forte dos fundamentos altistas para o mercado diante de um quadro de oferta muito ajustada. A relação de estoque x consumo no milho é a mais apertada desde 1995 e na soja, em 40 anos. 

Porém, o mercado está bastante sensível à movimentação dos fundos e a boatos que começam a surgir com relação a produção de etanol a base de milho nos Estados Unidos. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomendou uma "imeadiata e temporária" suspensão da produção do combustível produzido a partir do cereal no país. A informação é do jornal britânico Financial Times. 

Atualmente, os Estados Unidos utilizam cerca de 40% de sua safra de milho para a produção de etanol. Entretanto, por conta desta severa quebra de produção causada pela seca que castiga as lavouras do país e temendo uma nova crise mundial de alimentos a ONU teria feito essa recomendação. 

A orientação já estaria surtindo algum efeito no mercado, mesmo que psicológico, diante desse leve recuo registrado hoje. Como explicou Perotoni, já há muitos traders especulando em cima disso. "Qualquer notícia como essa do etanol ou de alguma intervenção assim, que se faz necessária porque temos visto uma inflação sobre os alimentos muito grande no mundo inteiro, pode trazer uma realização nos preços", explica. No entanto, o analista lembra que não é nada ainda definitivo. 

Além disso, há ainda a movimentação dos fundos no mercado. Na última sexta-feira (10), os fundos cortaram parte de suas posições compradas, movimento que não era visto em nove semanas e que também acaba pressionando as cotações. 

Ainda sobre a questão do etanol, Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos acredita ser pouco provável a mudança do mandato de etanol a curto prazo por parte do governo norte-americano. "Há muito mais chances disso acontecer somente após uma nova onda de altas nos preços e a realização que 'complicou de vez' do que agora. 

Dejneka lembra ainda que, atualmente, a indústria norte-americana de etanol representa grande parcela da economia do país e que algumas delas já vem reduzindo ou até mesmo parando, mesmo que temporariamente, suas atividades frente à margens negativas na produção. Além disso, em novembro acontecerm eleições presidenciais nos Etados Unidos. "O governo Americano pensará 10 vezes antes de reduzir o mandato e colocar mais pessoas na rua por tabela durante a situação econômica atual e com a taxa de desemprego onde se encontra, mesmo que seja uma mudança temporária", ratifica o analista.
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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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