CBOT: Soja e milho seguem em alta; trigo opera em campo misto

Publicado em 04/09/2012 13:50 e atualizado em 04/09/2012 16:36
Nesta terça-feira (4), os futuros da soja operam em campo positivo na Bolsa de Chicago. A oleaginosa chegou a registrar altas de mais de 20 pontos ao longo da sessão de hoje, porém, já é possível ver um recuo desse avanço e, por volta das 13h40 (horário de Brasília), os ganhos já eram um tanto menos expressivos. O mercado voltou do feriado do Dia do Trabalho registrando expressivas altas e batendo novos recordes. Os investidores têm, como principal foco, o cenário de fundamentos ainda muito positivos com a oferta limitada e a demanda se mantendo bastante aquecida. 

Porém, além disso, segundo explicou Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, a expectativa de um novo resgate econômico coordenado na Europa e nos Estados Unidos estaria alimentando o "apetite de risco" de vários especuladores. No entanto, o analista alerta ainda para o momento que é de extrema cautela. "O mercado chegou lá em baixíssimo volume e logo nas primeiras horas de abertura do mercado pós feriado e também primeiro dia oficial de trading do mês". 

Paralelamente, o mercado também aguarda pelos novos dados que o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a ser divulgado no próximo dia 12 irá trazer. "Não digo que a tendência de alta acabou, pois ainda temos o importantíssimo relatório USDA pela frente - 12 de Setembro - e temos que lidar com contínua demanda Chinesa para soja americana", complementou Dejneka. 

O analista explica que os chineses continuarão comprando, em primeiro lugar, por conta dos altos preços da oleaginosa em seu mercado doméstico que, esta noite, bateu recorde na Bolsa de Dalian, mantendo os preços do farelo bastante elevados e, por consequencia, as margens de moagem também se mantiveram positivas. Em segundo lugar, nesta segunda-feira (3) foram confirmados, com relato de dados "pífios" de exportação de soja do Brasil para o mês de agosto, de que o único "mercado aberto" para exportar soja de agora até pelo menos fevereiro, é aqui na América do Norte.

"Ao mesmo tempo que tudo isso acontece, o mercado não poderá continuar a alta simplesmente em linha reta, como tem feito nas útlimas duas semanas. Podemos ter um momento ou outro de realização de lucros nos próximos dias, mas o mercado de soja continuará sustentado por expectativas de um relatório altista dia 12", explica Dejneka. 

Porém, direto de Chicago, o analista reafirma a importante necessidade da cautela nas próximas sessões, já que o ponteiro começa a virar com a soja novembro perto dos US$ 18 por bushel. Dejneka afirma que podemos estar, bem provavelmente, cada vez mais próximos do "topo do mercado". 

Segundo o especialista, a continuidade das altas vai depender, portanto, do apetite por risco dos fundos por commodities e também da continuidade da demanda chinesa bastante ativa. "Ainda temos espaço pra cima sim, mas quanto mais subimos, mais "apertado" este espaço fica. Eventualmente, o mercado achará o ponto de racionamento necessário de demanda", completa. 

Milho e trigo - O milho e o trigo, assim como a soja, iniciaram o pregão desta terça com boas altas. No entanto, ao longo do pregão foram devolvendo parte dos ganhos e, por volta das 14h (horário de Brasília), o trigo já operava do lado negativo da tabela. 

Os grãos, de acordo com o analista, não têm forças para forjarem um movimento por si mesmos e precisam da soja para dar um direcionamento. Além disso, o milho também contará com a pressão da colheita norte-americana ao longo dessa semana. 

No caso do trigo, as cotações sentem também as chuvas que chegaram às regiões produtoras dos Estados Unidos dando mais umidade ao solo para o novo plantio. "O trigo não pode ganhar mais em relação ao milho, pois precisa atrair demanda como substituto para rações", disse Dejneka.

No entanto, apesar dessa possível pressão no curto prazo, ambos os mercados serão sustentados por expectativas altistas para o relatório que o USDA divulga no dia 12. Sobre a Rússia, o mercado ainda acredita que o governo possa tomar alguma medida que reduza suas exportações de grãos. Porém, um movimento como o ocorrido em 2010 já não é mais tão evidente. 
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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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