Soja: Demanda se volta para América do Sul e pressiona preços na CBOT

Publicado em 13/03/2013 12:39
A soja negociada na Bolsa de Chicago intensificou seu movimento de realização de lucros e ampliou suas perdas na sessão desta quarta-feira (13). Após operar próxima da estabilidade no início do dia, por volta de 12h20 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam mais de 20 pontos. O vencimento que serve de referência para a safra brasileira, o maio/2013, era cotado a US$ 14,46, perdendo 22,75 pontos. 

O recuo, segundo explicam analistas, se dá em função de correções técnicas por parte dos investidores que, mais uma vez, se deparam com um mercado sem muitas novidades capazes de aquecer os negócios em Chicago. Além disso, o vencimento maio teria ainda confirmado um patamar de resistência de curto prazo nos US$ 14,85. Desde que esse valor foi atingido, os futuros da soja já chegaram a cair mais de 30 pontos. 

O momento, portanto, em que a safra da América do Sul está praticamente definida, e em que os problemas de logística no Brasil já começam a ser conhecidos, estimula também as vendas especulativas, favorecendo ainda mais as realizações de lucros iniciadas no começo da semana. 

Ao mesmo tempo, os preços da soja em Chicago são ainda pressionados por uma possível transferência da demanda, principalmente da China, dos Estados Unidos para a América do Sul, com foco no Brasil, como explica Flávio Oliveira, operador de mercado da Mc Donald Pelz, corretora. "Mais cedo ou mais tarde essa situação iria acontecer, já que os estoques nos EUA estão em níveis muito ajustados e os prêmios mais baixos no Brasil tornam o produto brasileiro mais competitivo", afirma. 

Nesta segunda-feira (11), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seus números de embarques semanais de soja e relataram um volume 50% menor do que o da semana anterior. Foram embarcadas 465,77 mil toneladas de soja na semana encerrada no dia 7 de março, contra 1.097,77 milhão de toneladas da semana precedente. 
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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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5 comentários

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Caro Victor Angelo Ferreira, seu comenário é muito pertinente e apropriado. Apenas um reparo, se existe esta volupia na movimentação desses grãos e porque há um grande deficit de alimentos a nível mundial.Obrigado

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    O produtor brasileiro deveria voltar no tempo para tirar lições que foram esquecidas pelo próprio tempo...

    Antigamente a produção da fazenda era guardada na própria fazenda e o produto final do seu trabalho de um ano inteiro era repassado aos poucos, de acordo com as suas necessidades... Hoje nós vemos, abismados, o escoamento da produção ser feito descontroladamente, entulhando as estradas de caminhões, estradas estas de péssima qualidade, e os fazendeiros, de um modo geral, entulhando as cooperativas que, por sua vez, se arregalam a falar aos quatro ventos, quanto de produto elas tem estocado... Este afoitamento para levar seu produto tanto para os portos, como para as cooperativas inevitavelmente provoca uma pressão baixista... O inverso deveria ser feito: Armazenagem da produção nas próprias fazendas... Além de dar ao produtor um maior poder de negociação, inevitavelmente provocará uma valorização do produto..., desde que os nossos governantes apoiem esta política, pois está comprovado que não temos ainda capacidade de escoamento da produção com a velocidade que se está erroneamente exigindo... O credenciamento dos armazéns nas próprias fazendas evitaria este desperdício de tempo e dinheiro...E vamos em frente!

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Logística brasileira: os prejuízos são imensuráveis para produtores, exportadores, tradings, consumidores, armadores, etc. Os Chineses não conseguem receber a soja brasileira e também não conseguem embarcar o que já compraram dos Estados Unidos porque não existe disponibilidade de navios graneleiros, presos no Brasil. Eles compram mais de 1000 navios por ano, significa que a cada dia, precisa ter pelos menos 3 navios carregando, em alguma origem (Estados Unidos, Brasil e Argentina) . O fluxo dessa logística precisa ser muito ajustado e não permite os atrasos que estão acontecendo. Já compraram muito nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina. Os preços são pressionados porque tem soja nos portos americanos já negociadas que os chineses não conseguem embarcar. Todos estão lembrados dos embarques modestos da semana passada dos Estados Unidos. Não é porque falta demanda, mas falta frete. Não é somente os chineses que não estão recebendo os produtos. Outros compradores, principalmente de farelo brasileiro, estão com quase 2 milhões de tons de farelo retidos no Brasil, pior ainda, farelo não tem berço (lugar de carregamento no porto) preferencial como tem a soja. Sabe-se lá quando receberão o produto que estão precisando. Entendo que todos os compradores, seja de soja ou de farelo, voltarão às compras nos Estados Unidos, assim que houverem navios disponíveis.Então os preços voltariam a subir....

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  • diogo patua barreiras - BA

    O volume de venda dos EUA foi menor porque a soja deles está acabando e a nossa safra já está com mais de 80% colhida. Mas, fazem de tudo pra derrubar o preço do produto ao produtor. Pois, com frete de R$300,00\ton para o porto e mais filas de navios e etc... é lógico que nossa soja fica bem mais cara que a dos EUA.

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Os Chineses não conseguem comprar soja americana por falta de navios. A frota comercial de graneleiros está estacionada no Brasil.

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