Soja recua e fecha o dia com menores patamares em 10 meses na CBOT
Publicado em 04/04/2013 17:33
e atualizado em 04/04/2013 18:08
O mercado internacional de grãos fechou a sessão desta quinta-feira novamente em queda. Na soja, os preços atingiram os menores patamares em 10 meses, com os principais vencimentos encerrando com mais de 10 pontos de baixa. O milho também terminou o dia com perdas de dois dígitos.
Segundo Anderson Galvão, diretor da Céleres Consultoria, os preços ainda sentem o impacto negativo dos números de estoques trimestrais divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última quinta-feira (28). Os dados reportaram ficaram bem acima das expectativas e ainda pesam sobre as cotações.
"O mercado em Chicago, tanto para a soja quanto para o milho, ainda segue com uma 'ressaca' dos números do USDA da semana passada, e isso fez com que o ânimo de investidores e esperculadores caísse bastante, e os levasse a realizar lucros, realizar posições e com isso vimos a manutenção de um sentimento baixista para o curtíssimo prazo", explica Galvão.
No mercado da soja, outro fator que também pressiona o mercado é a notícia dos casos de gripe aviária na China. Já foram confirmados 11 casos, 3 mortes, e a situação poderia impactar no consumo local de carnes e também preocupa o mercado de rações.
Segundo analistas, a tendêndcia para os preços dos grãos ainda é de baixa até que o mercado encontre novas informações positivas que possam estimular uma recuperação sustentada. "No curto prazo, tanto soja quanto milho continuarão pressionados. Primeiro pelo fato de que a América do Sul começa a chegar no mercado e, segundo, porque nos Estados Unidos não só o número de intenção de plantio, mas sobretudo o de estoques, há um número maior do que o previsto para o mercado", explica o diretor da Céleres.
Para Galvão, portanto, fatores efetivamente altistas só deverão aparecer quando a nova safra norte-americana já estiver plantada e venha a sofrer com possíveis adversidades climáticas.
Mercado Interno: Dia de comercialização lenta e preços mais baixos
Com Fernanda Custório
As recentes perdas da soja e do milho em Chicago já impactam em preços menores para os dois produtos no mercado interno brasileiro. No caso do cereal, as cotações sentem também a pressão da grande safra produzida no Brasil, com resultados positivos tanto para a temporada de inverno quanto de verão.
"No médio a longo prazo, o cenário para o milho é de preços neutros a baixistas. Já para a soja, a leitura é mais otimista, com um cenário de neutro para altista. A recomendação é para aquele produtor de milho que já vá travando suas vendas, defendendo um preço médio melhor. Já o produtor que tem alguma a soja a ser vendida, entendemos que ainda vale a pena 'correr o risco' para se tentar um negócio melhor no final do primeiro semestre ou começo do segundo, principalmente em função da demanda", orienta o consultor.
Nesta quinta-feira (4), a comercialização no mercado físico brasileiro permaneceram em ritmo lento. Em algumas regiões as cotações da soja recuaram, acompanhando a movimentação na Bolsa de Chicago. As negociações aconteceram, apenas, nos estados do Rio Grande do Sul e de Goiás para a safra disponível.
No município de Passo Fundo (RS), a saca de 60 kg da soja fechou o dia cotada a R$ 56,50. No porto de Rio Grande, os preços registraram pequeno recuo, e passaram de R$ 60,50 para 60,00 a saca. Do mesmo modo, a cotação da saca do grão caiu de R$ 47,00 para R$ 46,00 em Rondonópolis (MT). Em Dourados (MS), os preços da saca da soja também reduziram de R$ 49,00 para R$ 48,00.
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas