Soja: Mercado opera com volatilidade, após recentes altas
No caso da soja, as cotações têm buscado suporte na escassez de oferta no mercado norte-americano no curto prazo. Paralelo a esse cenário, a demanda pelo produto dos EUA segue firme, o que acaba impulsionando os preços futuros em Chicago, e os estoques do grão no país são apertados, segundo o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.
As quedas nos preços da commodity registradas na manhã de hoje foram atribuídas ao movimento de realização de lucros por parte dos investidores depois das altas de ontem (25), conforme o operador de mesa da Terra Investimentos, Bruno Perottoni. “O mercado subiu e parou próximo de alguns patamares de resistência, perto de US$ 13,90/bushel no contrato julho/13”, afirma o operador.
Além disso, as notícias negativas do mercado financeiro sobre o crescimento da economia dos Estados Unidos também exerceram pressão no mercado. Ainda ontem, o Conselho Internacional de Grãos (IGC na sigla em inglês) diminuiu a projeção para a importação de soja da China na temporada 2012/13, de 61 milhões de toneladas para 59 milhões de toneladas, em função das notícias de gripe aviária no país.
Devido ao surto da doença na nação asiática milhares de aves já foram abatidas e a expectativa é que haja uma diminuição na demanda por soja para a fabricação de ração. Segundo analistas, essa situação teria contribuído para pressionar as cotações futuras em Chicago. A China é o maior importador global de oleaginosa e compra o grão, principalmente, dos Estados Unidos e da América do Sul. O operador ainda destaca que a esperança é que a situação não alcance grandes proporções e que ainda não pesa sobre os preços futuros.
Já em relação à compra de 300 mil toneladas de milho norte-americano por parte da China, anunciada ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o operador sinaliza que “acendem uma luz amarela” sobre a possibilidade de uma demanda maior pelo cereal em 2013.