Grãos avançam na CBOT com recuo dos prêmios nos EUA e vendas de milho para China

Publicado em 22/05/2013 17:25

A quarta-feira (21) foi bastante positiva para o mercado internacional de grãos na Bolsa de Chicago. A soja fechou o dia com altas entre 12 e 17 pontos; o milho, entre 9,75 e 18,50 pontos e o trigo, com ganhos de 7 pontos.  

O destaque da sessão desta quarta foram os preços do milho. O cereal foi ampliando seu avanço ao longo dos negócios, refletindo um cenário de boa demanda e estoques ajustados da nova safra, além de previsões de uma clima menos favorável para os trabalhos de campo na próxima semana. 

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 360 mil toneladas de milho para a China e 180 mil para destinos não revelados, os dois volumes com entrega na safra 2013/14. 

O anúncio acabou sendo como um catalisador para o avanço dos preços, que já vinham subindo diante das expectativas de novas chuvas no Meio-Oeste norte-americano podendo atrasar novamente o plantio do cereal no país. Nem mesmo o avanço de 40% na semeadura do milho até o último domingo (19) limitou o potencial de alta dos preços na sessão de hoje. 

Outro fator que estimulou as altas nesta pregão foi a informação do aumento de 2,1% na produção de etanol de milho nos Estados Unidos na semana passada. Segundo a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), a produção norte-americana passou a 875 mil barris por dia na semana que terminou no último dia 17. 

De acordo com a EIA, os produtores dos EUA vinham lidando com margens apertadas durante boa parte de 2012 e no início desse ano, o que provocou uma redução na produção. Porém, depois do recuo dos preços do milho em meados de março,as usinas puderam retomar suas operações. 

Na soja, o principal estímulo para os ganhos continua vindo da ajustada relação entre a oferta e a demanda. O volume de soja disponível tanto no mercado interno - brasileiro e norte-americano, quanto no internacional, é muito pequeno e a procura pelo grão e também por produtos terminados, como o farelo de soja, continua muito agressiva. 

As indústrias esmagadoras precisam recompor seus estoques, o que deve, segundo analistas, acontecer no segundo semestre, e, ao mesmo tempo, os produtores vêm segurando a soja que ainda têm tentando conseguir valores ainda melhores. Essa retenção das vendas por parte dos produtores do Brasil também têm impacto nos preços do mercado interno que, em algumas regiões, chegaram a subir R$ 5,00 por saca. 

Paralelamente, segundo explicou o consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, a forte alta da soja em Chicago foi resultado também de um recuo do prêmio no mercado interno americano. "Já não havia motivo mercadológico para o prêmio continuar subindo nos EUA, afinal a Bolsa de Chicago necessariamente precisa representar o preço de negociação da soja no mercado interno americano. Faz parte do mercado que quando o prêmio sobe muito, ele necessariamente precisa ser repassado para a Bolsa, que é o preço real", disse. 

Severo explica ainda que os compradores já não conseguem mais adquirir soja dos produtores, então compram em Chicago para garantirem os prçeos, e quando conseguem comprar no físico, vendem seus contratos na CBOT. 

No entanto, no pregão de hoje foram registradas altas tão intensas nos vencimentos de mais longo prazo, refletindo também as previsões de clima ruim para a próxima semana nos EUA, o que poderia voltar a atrasar o plantio. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta quarta-feira:

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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