Grãos: Às vésperas do USDA, mercado opera sem direção em Chicago

Publicado em 10/07/2013 07:59

Na manhã desta quarta-feira (10), os futuros dos grãos operam com volatilidade e sem um direção definida no mercado internacional. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), soja, milho e trigo trabalhavam em campo misto à espera do novo relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga amanhã, dia 11 de julho. 

O que também intensifica a falta de uma direção definida para os negócios, apesar de os fundamentos - principalmente de demanda - ainda serem muito positivos - o é a incerteza sobre o clima nos Estados Unidos e o impacto que terá sobre a nova safra americana. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (9):

CBOT: Demanda mundial estimula e grãos fecham com forte avanço

Na sessão desta terça-feira (9), os futuros da soja, do milho e do trigo fecharam o dia com fortes altas na Bolsa de Chicago. O milho e a soja subiram mais de 20 pontos nos vencimentos mais distantes e o trigo avançou mais de 15. 

O principal fator de sustentação para as cotações neste início de semana é a aquecida demanda mundial por grãos, principalmente por parte da China. Segundo Liones Severo, consultor de mercado do SIMConsult, as expectativas são de uma produção pequena em relação ao crescente consumo global. Nesta segunda-feira (8), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de volumes de soja, milho e trigo dos EUA para a China e outros destinos com entrega prevista para a temporada 2013/14, confirmando a continuação dessa firmeza da demanda. 

"A demanda segue bastante aquecida, principalmente, por parte dos chineses. Eles estão comprando praticamente todos os tipos de grãos que tem no mercado, o mercado começa a entender a situação chinesa, que nesse ano a demanda está em crescimento e, provavelmente, eles terão problemas com a safra local e isso vai necessitar de grandes volume de importação, e isso já vem se confirmando. Só no caso do trigo, eles compraram mais de 1 milhão de toneladas na última semana, e isso serve para apoiar e estimular os demais produtos", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Ainda segundo o consultor, nesse momento os preços de importantes alimentos, como os grãos, por exemplo, são considerados baratos para esse momento, já que em determinados vencimentos registram os menores patamares em 14 meses. Assim, aproveitam o momento para garantir seus estoques, realizando compras constantes e de volumes significativos.  

Outro fator de suporte para os preços tem sido o clima nos Estados Unidos. Para os próximos 7 a 10 dias, os indicativos climáticos mostram uma menor incidência de chuvas e temperaturas subindo. "Esse deve ser um fator a dar uma pressão de alta para as cotações, porque o clima começa a secar, ainda há boa umidade no solo, mas as temperaturas em crescimento podem começar a ser desfavoráveis para as lavouras que começam a entrar em fase de floração, e essa fase não gosta de temperaturas muito altas", disse Brandalizze. 

Severo completa dizendo que há muita incerteza sobre o clima norte-americano, com alguns estados sofrendo com a falta de chuvas e outros com o excesso delas. “No centro norte do cinturão produtor há problemas com a seca e a parte leste tem dificuldades com excesso de umidade e chuvas previstas”, afirma. 

Mercado Interno - Com altas em Chicago e mais um dia de avanço do dólar, os preços da soja também registram alguma valorização nesta terça-feira (9) no mercado brasileiro. No porto de Rio Grande, a saca já é negociada entre R$ 73,00 e R$ 74,00 e em Paranaguá, de R$ 70,00 a R$ 71,00. 

"Nós estamos recomendando aos produtores que acompanhem esses números que iremos ter boas condições de fixação futura para garantir cotações da soja da safra nova que ainda está com a comercialização bem abaixo do normal para este período", diz o consultor. 

Para o milho, porém, a expectativa de Brandalizze é de que o mercado interno seja pressionado por, pelo menos, umas quatro semana frente ao avanço da colheita da safrinha. Os trabalhos de campo evoluem bem em importantes estados produtores depois que o clima se estabilizou, principalmente com a diminuição das chuvas. 

A pressão de oferta deverá ser agravada com o grande volume colhido no Mato Grosso, principal produtor do grão, diante de uma capacidade de armazenagem insuficiente. Segundo o 10º levantamento da safra 2012/13 divulgado hoje pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção da 2ª safra de milho do Brasil deverá totalizar 44,54 milhões de toneladas. 

Os negócios nesta terça-feira foram bastante calmos para o milho, com o cereal sendo negociado a R$ 26,00 por saca nos portos brasileiros. No interior do Paraná, esse valor passa a ser de algo entre R$ 21,50 e R$ 22,00. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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