Soja opera no misto; trigo e milho recuam com clima nos EUA
Na manhã desta terça-feira (23), os contratos futuros da soja operam sem direção, atuando em campo misto na Bolsa de Chicago. No pregão eletrônico, por volta das 7h50 (horário de Brasília), os vencimentos agosto e novembro/13 operavam em queda e o setembro/13 e o março/14 em alta, porém, as oscilações eram pouco expressivas. No mesmo momento, trigo e milho recuavam e o farelo de soja registrava mais uma sessão de alta.
Enquanto os futuros da soja procuram definir uma direção, milho e trigo operam em baixa frente às previsões que indicam um clima mais ameno nos Estados Unidos nos próximos dias. Segundo o Commodity Weather Group informou nesta terça em um relatório, para as próximas duas semanas o esperado é que as temperaturas permaneçam abaixo da média de longo prazo e para os próximos 10 dias é esperado um clima muito quente para o Meio-Oeste norte-americano.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Com falta de soja nos EUA, agosto/13 passa dos US$ 15 e mercado fecha em alta
Na sessão desta segunda-feira (22), a soje encerrou os negócios com forte alta na Bolsa de Chicago. O contrato agosto terminou o dia valendo US$ 15,20 por bushel, com alta de 29,50 pontos. O setembro/13 também subiu mais de 20 pontos e terminou com US$ 13,48 por bushel.
Os holofotes do mercado ainda estão voltados para a escassez de soja nos Estados unidos que continua preocupando os investidores e os importadores e, por consequência, dando sustentação ao mercado. Nesse cenário, de uma relação de oferta e demanda cada vez mais ajustada, o mercado tem o papel de racionar as compras por meio de preços mais altos.
"O movimento do mercado é positivo muito mais apegado à disponibilidade baixa de soja que se tem nesse momento", disse Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais. "Ainda existe algum volume de importações e atividade industrial segue muito forte por conta da demanda por farelo e da retomada da produção de carnes, e é esse quadro de baixa disponibilidade que está sustentando o mercado", completa.
A notícia das chuvas que chegaram aos Estados Unidos não tiraram a sustentação do mercado, uma vez que vieram mais fracas do que vinha sendo esperado pelo mercado, outro fator de sustentação para as cotações.
Ao mesmo tempo, como explicou o analista de mercado Mauricio Correa, do SIMConsult, algumas especulações de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estaria superestimando a área plantada de soja deste ano atuaram como catalisadores para as altas registradas nessa sessão.
Ainda sobre a nova safra, o mercado conta também com a expectativa de uma redução na classificação das lavouras no relatório de acompanhamento de safra do USDA desta segunda devido às altas temperaturas da semana passada e do início de desenvolvimento das lavouras. "O mercado espera uma baixa de 2 a 3 pontos percentuais", disse Correa.
As expressivas foram registradas também no mercado futuro do farelo de soja nesta segunda-feira, o qual chegou até mesmo a bater os valores de limite de alta durante o pregão. O farelo, de acordo com o analista, tem sido um dos atuais grandes direcionadores das altas do grão na CBOT devido a escassez.
"Sim, muito se fala de clima, mas verdade é que a escassez deve fazer com que o mercado busque níveis mais elevados, os mesmos níveis em que maio e julho chegaram, em torno de US$ 15,50", disse o analista.
Milho e Trigo - Na contramão do expressivo avanço da soja, o mercado do milho e do trigo fecharam o dia em campo negativo. Ambas as culturas refletiram uma ligeira melhora do clima no país e recuaram na sessão desta segunda-feira (22).
Além disso, as expectativas para os próximos 10 dias indicam chuvas para o Meio-Oeste, o que deve criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento das lavouras da nova safra norte-americana.
"Aparentemente, o mercado está de olho nas previsões e, caso se confirmem, muitas áreas produtivas podem indicar bons níveis de produtividade", disse o analista internacional Greg Grow, da Archer Financial Services, à agência de notícias Bloomberg.
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