Após relatório altista do USDA, soja fecha o dia com forte alta na CBOT
Os futuros da soja observaram com atenção o último relatório de oferta e demanda divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (12) e fecharam a sessão regular com expressiva alta na Bolsa de Chicago. os primeiros vencimentos encerraram o dia com ganhos de mais de 30 pontos, já voltando a se aproximar do patamar dos US$ 14 por bushel.
A nova safra de soja dos Estados Unidos foi revisada para baixo e estimada em 85,7 milhões de toneladas, contra 88,59 milhões de toneladas estimadas em agosto. Os estoques finais também foram reduzidos e passaram de 5,99 milhões para 4,08 milhões de toneladas. A produtividade também recuou em relação ao reportado no mês anterior, e passou de 48,3 para 46,72 sacas por hectare.
Os números vieram dentro do esperado pelo mercado, porém, estimularam o avanço das cotações. "As perdas existem e são bem acentuadas. Além disso, podemos ver mais perdas até o final do mês, quando a safra já estiver mais definida e a colheita em andamento", explicou Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais.
Ainda segundo Motter, após conhecer esses números que vinham sendo aguardados com ansiedade, o mercado deverá voltar a observar com muita atenção o comportamento climático nos Estados Unidos. "Precisamos acompanhar para saber quais serão os impactos de chuvas que ainda poderão vir", diz.
Assim, o economista afirma que o mercado já começa a especular quais seriam os números que indicariam um racionamento de soja depois dessas perdas. "O USDA não trouxe grandes alterações em suas estimativas para o esmagamento e as exportações, isso indica que, nos atuais níveis de preços, o consumidor ainda não está disposto a parar de comprar, assim, vemos que a demanda continuará aquecida".
Porém, Motter acredita que o espaço e o suporte que têm os preços para subirem mais - porém sem chegar aos níveis recordes registrados no ano passado - são ainda os problemas com a oferta, além das adversidades climáticas que também poderiam ser enfrentadas.
Milho - No mercado do milho, os números do USDA surpreenderam os investidores, que esperavam o reporte de uma safra menor dos Estados Unidos e os futuros do cereal fecharam o pregão em baixa. O recuo foi de pouco mais de 6 pontos nos vencimentos mais negociados e o dezembro/13 fechou o dia valendo US$ 4,66/bushel.
A produção norte-americana foi estimada em 351,64 milhões de toneladas contra 349,6 milhões de toneladas do relatório anterior. Os estoques e a produtividade também aumentaram passando, respectivamente, a 47,11 milhões de toneladas e 164,05 sacas por hectare. No reporte de agosto, esses números foram de 46,66 milhões de toneladas e 163,42 sacas por hectare.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quinta-feira (12):