À espera pelos novos números do USDA, grãos operam de lado na CBOT
Apesar do suporte bastante firme encontrado nos fundamentos, o mercado internacional da soja nesta semana opera com volatilidade à espera do novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O boletim que será divulgado no dia 31 de março traz os números dos estoques norte-americanos em 1º de março e ainda as primeiras projeções oficiais para o plantio da nova safra do país.
Dessa forma, aguardando por essas informações, os preços da soja operam de lado nesta terça-feira (25) na Bolsa de Chicago. Depois de fechar com expressiva alta na sessão anterior, no pregão eletrônico de hoje, os principais vencimentos recuavam pouco mais de 1 ponto. O contrato maio/14, no entanto, se mantém acima dos US$ 14 por bushel. Da mesma maneira, os futuros do milho e do trigo também
Segundo explicaram os analistas, as altas expectativas para esse relatório, que deve confirmar estoques muito baixos nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, um aumento da área de plantio de soja na temporada 2014/15, é que o mercado vem se alternando em os dois lados da tabela na CBOT.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Com demanda ainda forte pela soja dos EUA, mercado fecha em alta
O ritmo ainda muito forte dos embarques de soja que vem sendo registrado nos Estados Unidos motivou novas altas para a soja, que fechou o dia subindo mais de 15 pontos nos vencimentos mais próximos. O contrato maio/14, referência para a safra brasileira, fechou a sessão desta segunda-feira (24), valendo US$ 14,25 por bushel, subindo 16,75 pontos, enquanto os ganhos das demais posições variaram entre 9,50 e 16,50 pontos.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu boletim de inspeções de exportações, que os embarques de soja dos EUA na semana que terminou no dia 20de março ficaram em 732,132 mil toneladas. Com esse número, o total embarcado na temporada 2013/14 sobe para 39.655,431 milhões de toneladas. Entretanto, a projeção do USDA é de que os EUA exportem, em todo o ano comercial - que se encerra somente em agosto, 41,64 milhões de toneladas.
São esses números, frente à escassez de soja nos EUA refletida nos estoques do país em níveis crítico, os principais fatores de suporte para as cotações em Chicago, principalmente no curto prazo, segundo explicam analistas.
"Nós temos essa planilha que não fecha nos Estados Unidos (...) O déficit das exportações é de 2,8 milhões de toneladas, ou seja, os EUA precisaram importar esse volume para cumprir com sua obrigação de exportação já contratada, isso sem contar que não pode exportar mais nada", explica Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, de Nova York.
Além da ajustada oferta norte-americana e de uma demanda mundial sem dar sinais de desaquecimento, Ito afirma ainda que as perdas causadas pelo clima na América do Sul, principalmente no Brasil, contribuem para a sustentação do mercado. A safra brasileira, inicialmente estimada em 90 milhões de toneladas, já conta com projeção de 85 milhões de toneladas, de acordo com os últimos números trazidos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
"Com esse mercado de mãos atadas, esse mercado se preocupa bastante com essa realidade da América do Sul e continua em alta nos Estados Unidos", diz o analista.
USDA - Apesar desse suporte nos fundamentos, o mercado ainda apresenta alguma volatilidade nessa semana à espera do boletim que o USDA traz na próxima segunda-feira, dia 31. Como explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, a semana deve ser de intensa especulação no mercado internacional de grãos por conta das expectativas acerca deste boletim.
O boletim trará os estoques dos EUA em 1º de março, que são esperados como os mais baixos da história ou ficando entre os mais apertados dos últimos anos, o que deve motivar, segundo explicou Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, novas altas para o mercado.
Além disso, o USDA traz também as primeiras projeções oficiais para o plantio da nova safra norte-americana e as primeiras expectativas do mercado são de que haja uma redução da área de milho e um aumento para a soja. No entanto, essas informações devem impactar nos contratos de mais longo prazo, juntamente com as notícias sobre o frio intenso nas principais regiões produtoras do país, o qual já tem atrasado os trabalhos de campo em alguns estados do Meio-Oeste.
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