Em Chicago, soja opera com pouca oscilação nesta 6ª feira

Publicado em 04/04/2014 08:10 e atualizado em 04/04/2014 09:02

As cotações da soja operam na estabilidade nesta sexta-feira (4) na Bolsa de Chicago. O mercado parece trabalhar com mais tranquilidade nesta sessão, depois de fechar os negócios de ontem com ganhos de dois dígitos e de registrar um pregão de intensa volatilidade. 

Os contratos mais negociados, por volta das 8h10 (horário de Brasília), subiam entre 1,50 e 5,50 pontos, com ganhos mais expressivos para os vencimentos mais distantes. OS futuros do milho e do trigo também operavam próximos da estabilidade, porém, do lado negativo da tabela. 

No mercado internacional, o foco dos negócios continua sendo nos fundamentos. Falta soja nos Estados Unidos, mas, ainda assim, as vendas continuam acontecendo e as exportações desse ano já superam em cerca de 3 milhões de toneladas a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Paralelamente, o mercado também mostra um pouco mais de falta de direcionamento nesta sexta-feira em função da expectativa dos traders para o relatório que o departamento norte-americano traz na próxima semana. No dia 9 de abril, será reportado mais um boletim mensal de oferta e demanda e as expectativas dos investidores estão, principalmente, nos números dos estoques finais do país, exportações e importações. 

Mais adiante, no entanto, as cotações dos grãos deverão começar a refletir com mais expressão as condições do clima nos Estados Unidos. O plantio da nova safra já começou em alguns estados, porém, sob um tempo adverso, com um frio ainda muito forte e até mesmo a incidência de neve em algumas regiões produtoras. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Mercado foca demanda e fecha com alta de dois dígitos

Nesta quinta-feira (3), a soja registrou uma sessão de volatilidade na Bolsa de Chicago, porém, conseguiu recuperar as altas e fechou com bons ganhos o pregão regular, principalmente nos vencimentos mais próximos. Os contratos maio e julho/14 terminaram o dia com alta de 13 pontos, sendo cotados, respectivamente, a US$ 14,75 e US$ 14,54 por bushel. Nos demais contratos, altas de 3,50 a 9 pontos. 

A escassez de soja nos Estados Unidos aliada à uma demanda mundial, principalmente por parte da China, que não dá sinais de aquecimento criam o quadro de fundamentos que vem dando intenso suporte às cotações da oleaginosa no mercado internacional. Somente no acumulado deste ano, os preços da soja já registram uma valorização de 13%. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou, nesta quinta, que as exportações de soja dos EUA na semana que terminou no dia 27 de março ficaram em 66,2 mil toneladas, contra 11,9 mil da semana anterior. No acumulado da temporada, as vendas norte-americanas superam as 44 milhões de toneladas. 

"O relatório do USDA veio positivo, ele mostrou novas vendas americanas, não mostra cancelamentos (...) As exportações no acumulado do ano estão quase 3 milhões de toneladas acima do que o USDA projetou em março. O número está bem apertado e indica que o número dos estoques dos EUA devem chegar próximo de zero, obrigando as importações de muita soja por parte dos americanos", diz Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Frente a isso, o consultor de mercado acredita que para resolver o quadro de oferta e demanda, eles teriam que aumentar as importações no mercado da América do Sul - Brasil e Argentina - ou recomprar essas posições que ainda não foram embarcadas para equalizar o quadro. Mas, como os embarques estão muito acelerados, talvez não haja tempo para recomprar esses volumes. 

A tendência para o contrato maio/14 no curto prazo, portanto, ainda de acordo com Brandalizze, deve buscar novos patamares de altas, mirando os US$ 15 por bushel, uma vez que conseguiu se consolidar acima dos US$ 14,60, que era a antiga resistência do mercado. 

Entretanto, a volatilidade deve continuar permeando os negócios para os grãos na Bolsa de Chicago, já que os investidores aguardam por um novo relatório de oferta e demanda que será reportado pelo USDA no dia 9 de abril. Os dados mais esperados são sobre os estoques, exportações e importações. 

Já mais adiante, os preços deverão ser cada vez mais influenciados pelo desenvolvimento do clima e dos trabalhos de campo da nova safra norte-americana, 2014/15. As expectativas iniciais são de que os produtores norte-americanos cultivem 2 milhões de hectares a mais em relação à temporada anterior e com uma safra, portanto, significativamente maior do que a do ano anterior. 

A primavera nos Estados Unidos começou com condições não muito favoráveis para o plantio, já que o inverno parece se alongar no país, com temperaturas baixas e abaixo da média para o período, e até mesmo a presença de neve em algumas das principais regiões produtoras do Corn Belt. 
Isso já tem causado um leve atraso na semeadura, porém, a tecnologia empregada pelos produtores americanos permite que o plantio se desenvolva em um ritmo bem acelerado assim que o tempo se firmar e compensa os dias de clima desfavorável, segundo explicou o consultor. Para os próximos dias, já há indicativos de uma melhora climática, mas ainda sem garantias de que melhores condições deverão se estender e garantir esse quadro positivo. 

"Esse ano o clima está mais duro, o inverno foi bem rigoroso, há indicativos de que o verão será mais quente, então tudo mudo. O mercado, passado esse momento do USDA, deve começar a observar as condições climáticas", acredita Brandalizze. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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